segunda-feira, 16 de maio de 2016

Tipos da rua.

TIPOS DA RUA

Ambos descendem de ínfimo monturo,
Ela, amarela, feia e embrutecida.
Ele é um canalha preguiçoso, a vida,
Passa a beber cachaça com mel de furo.

Todas as noites, em um beco escuro,
Ele vai esperar a bem querida.
Que desleixada e de moral despida,
Mantém com ele o seu idílio impuro.

Então, dão expansão sem nenhum decoro,
Ela manhosa, ele velhamente,
O tão rasteiro e misero namoro.

Com tais colóquios de um amor imundo,
Preparam-se afinal nojentamente,
Para um aborto vil deitar ao mundo.

R.S. Furtado


8 comentários:

  1. Lindo soneto e triste pois retrata a realidade que infelizmente existe nas ruas! abração, linda semana,chica

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  2. Um belo poema amigo Rosemildo, gostei.
    Um abraço e continuação de uma boa semana.

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  3. A rua deixou de ser
    Um lugar que se caminha.
    Tornou-se escola daninha
    De quem nela aparecer.


    Abraço
    SOL

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  4. Olá Furtado,

    Soneto forte e muito bem construído, retratando uma face negra das ruas. Uma realidade desoladora.

    Obrigada pela usual amabilidade.

    Ótima semana.

    Abraço.

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  5. talvez,
    um choque de doçuras

    nada mais.


    abç

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  6. Um soneto que nos mostra o outro lado da rua.
    Excelente, gostei imenso.
    Boa semana, caro amigo Furtado.
    Abraço.

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