sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Poema quarto de um canto de acusação.


POEMA QUARTO DE UM CANTO DE ACUSAÇÃO 

Há sobre a terra 50 000 mortos que ninguém chorou 
                                                                          sobre a terra 
                                                                               insepultos 
                                                                        50 000 mortos  
que ninguém chorou. 

Mil Guernicas e a palavra dos pincéis de Orozco e de Siqueiros  
do tamanho do mar este silêncio  
espalhado sobre a terra 

                        como se chuvas chovessem sangue    
                        como se os cabelos rudes fossem capim de muitos 
metros 
                        como se as bocas condenassem  
                        no preciso instante das suas 50 000 mortes  
todos os vivos da terra.  

Há sobre a terra 50 000 mortos  
que ninguém chorou  

ninguém...  

As Mães de Angola
             caíram com seus filhos   

Costa Andrade 

Leia mais um belo poema e a biografia do autor aqui: 

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7 comentários:

  1. Linda poesia e como há mortos que ninguém chorou...

    abração,tudo de bom,lindo fds!chica

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  2. Ola meu querido!

    Quantos mortos sem lamentações, não?!
    Um texto pra se refletir a fundo.

    Quanto ao autor, um cara com uma bagagem que faz jus aos tantos nomes!
    Excelente escolha!

    Beijos e um ótima sexta feira!

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  3. Um poema interessante,,,diferente,,,abraços e um belo final de semana pra ti.

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  4. Olá Furtado

    Saudades Amigo!

    Estou em falta com meus amigos do blog! Aquele facebook me toma o tempo que tenho. Mas,resolvi e voltarei a postar e comentar todos os dias como antes.

    Como sempre poemas que me encantam e poetas que não conhecia. Seu blog é uma verdadeira joia da litura virtual!

    Um lindo fim de semana!!

    Beijos no coração...:)

    Elaine Crespo

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  5. Lindos e tristes versos.
    Sempre nos surpreendendo sempre um aprendizado vir aqui.
    Beijossss

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  6. Um belo sábado pra ti meu amigo...abraços...

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  7. Um poema com sangue da verdade!
    Beijo e um bom domingo!
    Graça

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