domingo, 21 de agosto de 2011

Espera.


ESPERA 

Canções ecoam mansas pelos vales 
e sobem as montanhas docemente 
e delas adormece o solo quente 
e eu sobre ele sonho a cor dos males... 

Tudo está em mim à espera que tu fales... 
Por essa terra fora, terra quente 
só aos ecos respondem docemente 
os sons cruéis que eu quero que tu cales!... 

A tua voz não vem com a dos ecos... 
ao pé de mim só estalam ramos secos... 
e de ti nada chega aos meus ouvidos 

E em mim vou sempre esperando a tua voz... 
Será somente o meu pensar em nós? 
Ou tocar me á em todos os sentidos?... 

Jorge de Sena 


Jorge Cândido de Sena nasceu em 2 de Novembro de 1919 em Lisboa. Terminou em 1936 o seu curso de liceu (média de 13 no 5º e 6º anos, média de 14 no 7º ano), ano em que se inscreveu nos preparatórios para a escola naval. Formou-se em engenharia civil na Faculdade de Engenharia do Porto (licenciou-se com 13 valores). 

Até 1959 foi funcionário da Junta Autónoma de Estradas, data em que se exila no Brasil, onde conclui o doutoramento em letras e rege as cadeiras de teoria da literatura e literatura portuguesa na Universidade de Araquara. 

A partir de 1965 passa a viver nos E.U.A. acompanhado da esposa Mécia de Sena, de quem teve nove filhos, sendo professor catedrático na Universidade de Winsconsin e, posteriormente na Universidade da Califórnia - Sta. Bárbara, onde dirigiu o departamento de literatura portuguesa e espanhola. Recebeu ao longo da sua vida vários prémios, entre eles a Grã-Cruz de Santiago

Faleceu em 4 de Junho de 1978. Três dias depois, a Assembleia da República exprimia pesar unânime, certamente partilhado por todos os que tiveram a honra de o conhecer a si ou à sua obra. 

Fonte: http://www.citi.pt/

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7 comentários:

  1. Mais um lindo poema, acompanhado dessa biografia que sempre te preocupas em colocar.Isso é legal! abraços,tudo de bom,lindo domingo e semana!chica

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  2. Genial e Fabuloso Amigo:
    "...Tudo está em mim à espera que tu fales...
    Por essa terra fora, terra quente
    só aos ecos respondem docemente
    os sons cruéis que eu quero que tu cales!..."

    O que deu viva voz poética maravilha de magia sublime.
    É perfeito nas suas escolhas literárias de fascínio.
    Parabéns sinceros.
    Abraço amigo de profundo respeito pelo que conecebe de deslumbrar e maravilhar.
    Sempre a admirá-lo

    pena

    Escreve poemas com o seu coração sensível e bom. Parabéns sinceros.
    Adorei.
    Bem-Haja, pela honra da sua pura amizade.
    É fantástico.
    Adorei.

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  3. Que seja sempre serena essa espera....abraços de boa semana pra ti meu amigo...

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  4. Olá vim te fazer uma visitinha...muito belo seu blog...parabéns e esta belo seu poema também!

    beijos

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  5. Jorge de Sena é tudo de bom!

    Lindissímo poema.


    Bjs

    Luiza
    www.barracodevidro.blogspot.com

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  6. Espera...
    Do ponto a ânsia a querer dá partida, a chegada do que se aguarda. O tempo que mata o que se deseja para um ontem e jamais para um amanhã...

    É assim meu amigo o que nos faz sofrer nas oscilações a deixar doido no que queremos tanto. Diz-se o teste da paciência o que impacienta a muitos...

    Linda semana

    bjs
    Livinha

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  7. Ahh a espera,nunca é fácil,nunca é simples,mas sempre é necessário esperar,tudo acontece no tempo certo.
    Beijosss

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