quarta-feira, 25 de maio de 2011

Carta ao mar.


CARTA AO MAR

Deixa escrever-te, verde mar antigo,
Largo Oceano, velho deus limoso,
Coração sempre lyrico, choroso,
E terno visionario, meu amigo!

Das bandas do poente lamentoso
Quando o vermelho sol vae ter comtigo,
- Nada é mais grande, nobre e doloroso,
Do que tu, - vasto e humido jazigo!

Nada é mais triste, tragico e profundo!
Ninguem te vence ou te venceu no mundo!...
Mas tambem, quem te poude consollar?!

Tu és Força, Arte, Amor, por excellencia! -
E, comtudo, ouve-o aqui, em confidencia;
- A Musica é mais triste inda que o Mar!

António Gomes Leal


António Duarte Gomes Leal nasceu em Lisboa em 1848. Filho ilegítimo de um funcionário público, vive com a mãe e a irmã, a sua principal fonte de inspiração. No ano da morte de sua irmã, em 1875, publica Claridades do Sul, a sua primeira obra poética. Quando a mãe morre, converte-se ao catolicismo, o que tem influência na sua obra. Poeta e jornalista, é escrevente de um notário e publica inúmeros textos panfletários de denúncia político-social. A sua poesia oscila entre os três grandes paradigmas literários do final do século XIX: romantismo, parnasianismo e simbolismo. De 1899 a 1910, compõe e publica quase diariamente. Termina os seus dias na miséria, primeiramente vivendo da caridade alheia, na rua, e depois sustentando-se com uma pensão anual do Estado português que lhe foi conseguida por um grupo de amigos, dos quais se destaca Teixeira de Pascoaes. Morre em 1921.

Gomes Leal é considerado um precursor do Modernismo Português, tendo sido referido por Fernando Pessoa como um dos seus mestres.

Fonte: http://lerebooks.wordpress.com/

14 comentários:

  1. Adoro suas descobertas!!
    Engraçado vermos como era escrita a nossa língua, antigamente, né?
    Bj, amigo!
    Helô

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  2. E quanta confidência o oceano não carrega não meu amigo. Pensa.
    Quão a profundeza oculta não carrega, entre dores e aflições, o mar tornou-se fecundo, dos tenores da ilusão...

    Perfeito e maravilhoso poema

    Bjs

    Livinha

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  3. Linda carta ao mar tão bem escrita! abraços,lindo dia!chica

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  4. Olá amigo
    O mar sempre inspirando. Suas cores, seu cheiro e seus movimentos, sempre encantaram aos poetas. Amei.
    Grande abraço

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  5. Rosemildo: o mar é a poesia da vida que ondeia rtmando os amores e as saudades; paixões do vento sob a bênção do luar.
    Abraços com carinho, jorge bichuetti

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  6. Como toda carta de amor,,,carrega uma tristeza,,,uma saudade,,,abraços meu amigo e um dia de paz pra ti.

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  7. Lindos versos!O mar é de uma beleza espetacular, fascinio absurdo, sou apaixonada pelo mar...
    Beijosss

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  8. MUY, MUY NOSTÁLGICO ESCRITO.
    UN ABRAZO

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  9. O mar é o que a gente só pode admirar...linda carta Rosemildo.
    Boa tarde e felicidades,
    Carla

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  10. Querido Amigo..
    Um lindo poema como sempre você é muito especial beijos e beijos,Evanir.
    www.aviagem1.blogspot.com

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  11. COM UM BEIJO


    INSPIRAÇÃO





    A vida inspira-nos...

    Ao Amor...

    Ao querer...

    Ao estar...



    E nesta inspiração...



    Ficamos...

    Mais ricos...

    Mais leves

    Mais esperançados...



    Por isso inspiro-me...



    E sinto que...

    Valeu a pena...

    Pois assim...

    Sinto-me feliz...



    E com inspiração...



    O mundo rola...

    O mundo brilha...

    O mundo deixa-me



    Um presente de inspiração...



    Uma cesta

    Cheia de Paz...

    De amizade...

    E de amigos...



    Por isso eu...

    Continuo inspirar-me!




    LILI LARANJO

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  12. O mar e a lua! Não serão estes os grandes inspiradores dos poetas? Mas creio ser o mar o maior mistério: lindo, arrogante em sua força imensa. Respeito e temo.

    bjs, amigo
    Tais Luso

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  13. O amor trás momentos dificeis...beijo Lisette.

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  14. Olá, boa noite!

    Achei criteriosas,

    as suas escolhas!

    Um forte abraço

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