NÃO POSSO ADIAR O CORAÇÃO
Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração
António Ramos Rosa
António Ramos Rosa nasceu em Faro, a 17 de Outubro de 1924, e aí viveu durante a sua juventude até se mudar definitivamente para Lisboa, em 1962. Dele pode dizer-se que literalmente a sua vida se confunde com a poesia, tendo sido a sua casa sempre um espaço informal de acolhimento e intercâmbio com outros poetas e leitores de poesia, tanto portugueses como estrangeiros. A sua personalidade e obra têm merecido a distinção de prémios literários nacionais e internacionais, confirmando a importância do seu percurso literário com a atribuição do Prémio Pessoa, em 1988.
Com quase meio século de actividade poética, António Ramos Rosa é um autor não só fértil, mas também dedicado à própria fertilidade simbólica das palavras. É um poeta das imagens e dos gestos, abraçados por um sentido muito vivo e preciso de ser um corpo animado pelo contacto profundo com as coisas do mundo e da natureza. Poderia dizer-se que António Ramos Rosa, em cada poema, procura cercar as palavras de um sopro que efectivamente as anime e as torne mais próximas das coisas que evocam. É um escrita de tom quase epidérmico, e pelo facto de constituir uma obra tão vasta, podemos encontrar uma miríade de variações na expressão, que vagueiam desde a presença dramática das paixões que afligem o ser humano, à tentativa de concretizar através das palavras a alegria de viver de um momento feito símbolo pela presença de uma resposta da natureza...
O último livro que editou intitula-se Cada árvore é um ser para ser em nós, e constitui uma parceria com o fotógrafo Paulo Gaspar Ferreira, autor das fotografias que acompanham os poemas de A. R. Rosa – uma árvore na Granja de Belgais (Castelo Branco), junto da qual foram igualmente efectuados registos sonoros que figuram num CD anexo ao livro. É uma obra verdadeiramente belíssima, cheia de frescura e imagens de profundo requinte poético, que vale certamente a pena por se apresentar como uma composição muito completa em torno do tema da árvore, tratado de forma humanizada...
Fonte: http://lugardaspalavras.no.sapo.pt/


MUY BELLOS SENTIMIENTOS, LOS DEL AUTOR. GRACIAS POR COMPARTIR.
ResponderExcluirUN ABRAZO
Muito lindo esse poema! Sempre boas escolhas!abraços,lindo dia!chica
ResponderExcluirOlá amigo
ResponderExcluirO amor não se adia, ele tem que ser, aqui e agora.
Abração
Sabe meu amigo, estou me vendo aí, mas ao mesmo tempo tento ver as coisas por outro prisma, quem sabe ele não esteja se arrumando, para o novo encontro...
ResponderExcluirBom seria que esse coração estivesse quetinho, mas o dito é frágil, muda tudo, sempre buscando um aconcheguinho...
Lindo poema meu amigo
Lindo dia pra ti
Bjs
Livinha
Não se pode adiar nada nessa vida, ela é curta demais!
ResponderExcluirBeijooO*
Eu tb não posso de jeito nenhum!
ResponderExcluirBjs.
Rosemildo….hoy vengo en plan de visita para agradecer
ResponderExcluirLa tuya y siempre elogiosas palabras a mi
Trabajo poético…muchas gracias
Te deseo un feliz fin semana con todo mi cariño
Besos
Marina
Viver, Amar, tudo agora, JA!
ResponderExcluirBeijosssssss
Bei versi Furtado.
ResponderExcluirAbbraccio e felice buona settimana.