sábado, 20 de fevereiro de 2010

Íntimo.

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ÍNTIMO

Esta alegria loura, corajosa,
que é como um grande escudo, de ouro feito,
e faz que à Vida a escada pedregosa
eu suba sem pavor, calmo e direito,

me vem de tua boca perfumosa,
arqueada, como um céu, sobre o meu peito:
constelando-o de beijos cor-de-rosa,
ungindo-o de um sorriso satisfeito...

A imaculada pomba da Ventura
espreita-nos, o verde olhar abrindo,
aninhada em teu cesto de costura;

trina um canário na gaiola, inquieto;
a cambraia sutil feres, sorrindo,
e eu, sorrindo, desenho este soneto.

Valentim Magalhães.

http://biblio.com.br/conteudo/biografias/valentimmagalhaes.gif

Antônio Valentim da Costa Magalhães, jornalista, contista, romancista e poeta, nasceu no Rio de Janeiro, em 16 de janeiro de 1859 e faleceu, na mesma cidade, em 17 de maio de 1903. 

Era filho de Antônio Valentim da Costa Magalhães e de Maria Custódia Alves Meira. Foi estudar Direito em São Paulo, e aí teve início sua vida agitada de escritor, boêmio e jornalista. Colega de Silva Jardim, Raimundo Correia, Raul Pompéia, Luís Murat e Luís Gama, cedo começou a escrever poesia. Publicou seu primeiro livro, Cantos e lutas, ainda em São Paulo. De volta ao Rio, já formado, ingressou no jornalismo. Dirigiu A Semana, que se tornou o baluarte literário dos jovens de então. Além de literatura, esse periódico fazia propaganda da Abolição e da República. Quase todos os que, mais tarde, teriam algum papel nas letras brasileiras - e que então começavam - colaboraram em A Semana. Dedicando-se à poesia, ao conto, à crônica, ao romance, ao teatro, o que Valentim Magalhães fez, de fato, foi divulgar os novos pelo país. Muito atacado, e muito defendido também, participou de inúmeras polêmicas, o que, em geral, prejudicou sua própria produção literária, no desejo de defender os outros. Instituiu, em A Semana, uma "Galeria de Elogio Mútuo", em que amigos íntimos escreviam uns sobre os outros.

Fonte: “Poesia Parnasiana” Antologia – Edições Melhoramentos – 1967. e Academia brasileira de Letras.



11 comentários:

  1. extraordianrio texto, maravilloso. gracias por compartirlo.
    un abrazo

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  2. Ola Amigo Rosmildo,bom dia.
    Bonito poema.
    Ciao.

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  3. Amigo furtado,

    os passaros e seus cantos me encantam. Para mim um campo com flores e passaros a cantar, já é um paraiso que me faz relaxar, e esquecer do stress do dia a dia.
    Mas não gosto de ve-los em gaiola. PRivados da liberdade! FIco imaginando o que um passaro sente quando é solto daquela prisão pequena, que mal consegue abrir suas assas e voar.....

    Amei o poema

    Bjs e um otimo sabado

    Andresa

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  4. meu amigo
    Lindo poema, como sempre boas postagens.

    beijinhos
    Sonhadora

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  5. Caro Amigo:

    Furtado:

    *****

    Esta alegria loura, corajosa,
    que é como um grande escudo, de ouro feito,
    e faz que à Vida a escada pedregosa
    eu suba sem pavor, calmo e direito,

    Belo texto!

    Vim lhe agradecer sua visita e lhe desejar um otimo fim de semana cheiu de luz e muita pàz

    Forte Abraço


    Antònìo Manuel

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  6. Saudade, Rosemildo!

    Tudo bem?

    Belíssimo texto! Sempre nos encantando com seu bom gosto.

    Um abração!

    Pedro Antônio

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  7. Que imagens lindas neste soneto, Furtado. Não conhecia. Muito bom. E que imagem linda esta que usou para ilustrá-lo. Ficou perfeito.

    Bom domingo, abraço!

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  8. Furtado querido,

    Belo Soneto nos proporciona ler, e saber um pouco mais de seu autor...acho isso muito importante...esse cuidado e atenção que dispensa em suas postagens...

    Um grande beijo,

    Ótimo Domingo!

    Reggina Moon

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  9. Furtado, Furtado,
    como podes atrás do vidro
    da janela, olhar pros lados,
    se na tua postura de frente
    a ela,
    é pouco o que ver, num vidro
    embaçado...
    rsrss...

    Eis quanta inspiração nos surgem
    a cada instante...
    Belíssimo poema

    Bom Domingo!
    bjs
    Livinha

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  10. Este resgate de poemas e poetas do século passado são uma maravilha!
    abraço, lindo domingo

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