quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Incenso.


INCENSO

Quando dentro de um templo, a corola de prata
do turíbulo oscila e todo ambiente incensa,
fica pairando no ar, intangível e densa,
uma escada espiral que aos poucos se desata.

Enquanto bamboleia essa escada e suspensa
paira, uma ânsia de céus o meu ser arrebata,
e por ela a subir numa fuga insensata,
vai minha alma ganhando a rumo azul da crença.

O turíbulo é uma ave a esvoaçar, quando em quando
arde o incenso... Um rumor ondula, no ar se espalma,
sinto no meu olfato asas brancas roçando.

E, sempre que de um templo o largo umbral transponho,
logo o incenso me enleva e transporta minha alma
à presença de Deus na atmosfera do sonho.

Gilka Machado 

Leia mais um soneto e a biografia da autora aqui:
 
Visite também: 

5 comentários:

chica disse...

Linda poesia ,bem inspirada no s incensos. Uma coisinha pra contar; sempre gostei deles...Colocava em casa, perfumando...Porém nossa cachorra tinha alergia à eles...Asim, nunca mais usei e hoje quem tem alergia sou eu,rs abração,chica

Sombría Belleza disse...

Un poema repleto de aromas!
Preciosa entrada, te deseo un hermoso día!
Besos.

Daniel Costa disse...

Rosemildo, tenho notado em ti pendor erudito, quer quando os poemas são escritos por ti, quer quando divulgas outras peças, como este Soneto de Gilka Machado.
Abraço

Mariazita disse...

Gostaria de partilhar contigo a postagem que publiquei hoje, dia 28/02/14, no meu blog A CASA DA MARIQUINHAS/
Desde já o meu “Bem hajas!”
PS – Desculpa o “copy & paste”

Zilani Célia disse...

OI ROSEMILDO!
TÃO SUAVE ESTA POESIA, COMO O INCENSO A SE VOLATIZAR NO AR...
MUITO BOM TEU POST.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/