terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Banzé de Cuia.

 


BANZÉ DE CUIA

Negro tá com morrinha
tá com o diabo no couro
e não provoca, não, cabra safado
porque do contrário vai haver banzé de cuia,
forrobodó.

Em casa a negra velha tá fula de raiva,
já andou dando sopapos no marido,
espremendo os moleques
e xingando a vizinha,
que não lhe quer emprestar
um pires de farinha.

Não mexe com o negro, não, negrada.
Ele está acuado e não quer prosa, não.

Negro entra no boliche,
pede fiado um “mata-bicho”
e senta na calçada, cuspindo:

Porcaria de vida...

Lobivar Matos
 
Lobivar Barros de Matos, (Corumbá, 11 de janeiro de 1915 – Rio de Janeiro, 27 de outubro de 1947), marcou sua vida artística pela simplificação da assinatura Lobivar Matos, autor de Areôtorare: poemas boróros (1935) e de Sarobá (1936). Alguns escritos sobre a vida do autor revelam que sua infância, pela região pantaneira, fora digna de uma infância comum. No entanto, o mesmo não pode ser dito de sua juventude, repleta de atitudes fortes e marcantes principalmente pelo que pode ser visto em sua composição poética.
Partido das considerações publicadas num artigo escrito por José Octávio Guizzo, a pesquisadora Susylene Araújo afirma em... Leia mais aqui:

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3 comentários:

chica disse...

Muito legal o modo de poetar desse autor! Gostei! abração,chica

Unknown disse...

...É quem haverá de contestar a porcaria de vida que está a muitos por molestar, bem como dizia carlos Drumond de Andrade: "Eta vida besta meu Deus"
E não é?

Passei na sua postagem anterior, gostei e quis dar meu parecer e lá deixei...

Um grande abraço, Livinha não estará desaparecida, senão confabulando consigo mesma o tempo todo, todo o tempo...

Beijinhos

Livinha

Unknown disse...

Há! voltando para dizer que estive em João Pessoa, lá fui com as filhas para que elas conhecessem e quem acabou por conhecer fui eu, afinal o tempo passou e toda a beleza que há diz respeito ao cuidado, tratamento e configuração em capricho a ela dado. Me apaixonei, conheci outras praias belíssimas que o tio como anfitrião nos levou, que paraíso meu Deus e a honra de ser dela uma filha, me encheu os pulmões de orgulho, como é bom respirar o ar que me fiz por merecida de nascer... Lembrei de você, sabia que natal é perto de JP, mas nem me foi possível dar uma esticadinha mais. Quem sabe um dia...

Beijos meu amigo

Livinha