terça-feira, 23 de dezembro de 2014

A ti, meu velho Noel.


A TI, MEU VELHO NOEL

A ti, meu barbudo de vermelho, ó gordinho,
Que vives pelo mundo e nunca te cansas.
Viajando num trenó, sempre só, coitadinho,
Realizando o sonho de inúmeras crianças.

Que sejas pai ou papai, pouco importa,
O mais importante é que sejas o Noel.
E sejas solidário, não escolhas a porta,
Presenteis a todos e cumpras o teu papel.

Ser pobre ou miserável, não é um desejo,
Nem escolha que faz, a criança ao nascer.
É simplesmente a sina, que traz no ensejo,
Que pode mudar, com o tempo, ao crescer.

O filho do rico todo dia tem presente, é festa,
Tanto para o do campo, quanto o da capital.
Já para o do pobre, a esperança que lhe resta,
É esperar com paciência, a chegada do Natal.

És querido por todas, meu velhinho amado,
Pelas crianças pobres, e pelas crianças nobres.
Mas nunca, jamais, deverá ser comparado,
O amor das nobres com o imenso amor das pobres.

R.S. Furtado.

MEUS QUERIDOS AMIGOS!



O Natal chegou, e com ele as festas, as alegrias, e acenderam-se as esperanças de muitos, quanto à obtenção de dias melhores. Aproveitamos a oportunidade, para agradecer de coração a todos, indistintamente, pelo apoio e pelo carinho dedicado aos nossos espaços, o Arte & Emoções e o Literatura & Companhia Ilimitada, não só aos nossos queridos e leais amigos seguidores, como também, àqueles que nos visitaram durante o ano de 2014, pois temos certeza de que sem esse apoio jamais teríamos chegado aonde chegamos nesses setenta e quatro meses de blogosfera. Não sei se será pedir demais, mas gostaríamos de continuar contando com esse valiosíssimo apoio, por tratar-se do nosso principal fomento e a razão maior da nossa existência. Aproveitamos também para apresentar nossas desculpas, caso tenhamos, mesmo inadvertidamente, cometido alguma falha. A partir de hoje, faremos uma pequena pausa para descanso, repor as energias e concatenar as ideias, e somente retornaremos em 2015, ocasião em que atualizaremos as nossas visitas.



Pedimos ao nosso DEUS misericordioso que cubra com seu manto todo o universo, abençoe, proteja e proporcione a todos os viventes de um modo geral, um Feliz Natal e que o ano de 2015, seja de muita paz, amor, saúde e felicidades, e que o homem adote como prioridades, o amor, a compreensão, a harmonia e a solidariedade para com o seu semelhante, e assim, possamos ter um mundo bem mais justo e bem mais humano.



Muitíssimo obrigado de coração e até 2015.

“QUE DEUS SEJA LOUVADO”

Rosemildo Sales Furtado.


domingo, 21 de dezembro de 2014

"Vida"



"VIDA"

A vida é como uma guerra dividida em inúmeras batalhas, onde ganhamos umas, perdemos outras, e assim vamos lutando até a batalha final, quando a perdemos.”
      
R.S. Furtado 

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Soneto noturno.

       

SONETO NOTURNO

Vem a noite de lilás e prata
pelas estradas arrastando as vestes
trazendo a lua que se mostra grata
ascendendo pelos lados lestes.

As paisagens já estão soturnas,
nos casebres, iluminação,
uma chuva que se faz noturna,
nos caminhos alguma assombração.

Tudo quieto, tudo tão parado
nesses sítios quando a noite vem
as pessoas se recolhem cedo,

pelos ermos não se vê ninguém,
não demora a madrugada rompe
um galo canta em outro sítio além...

Enzo Carlo Barrocco
 

Enzo Carlo Barrocco, pseudônimo literário de Efraim Manassés Pinheiro, nasceu na cidade de Tracuateua, Estado do Pará, em 13 de janeiro de 1960. Notadamente poeta, Enzo caminha por vários gêneros poéticos, como o soneto, o poema livre, a trova, o hai-kai, embora, algumas vezes, tenha enveredado pelas...Leia mais aqui:

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Symphonia azul.


SYMPHONIA AZUL

Amor, quando te vejo,
tudo em torno de mim se transfigura,
o azul d céo se illumnina de desejo,
o mar azul se aquece e se quebranta de ternura...

Quando te vejo, não é em ti que penso,
é no azul, na luz, nos fluídos e alados elementos,
o céo azul sobre o profundo mar suspenso...
e o bando dos meus serenos e faceis pensamentos,

entre o céo azul e o mar revôa e passa,
e na luz do dia e na fascinação do teu olhar
passeia, brinca, dança, embala-se e esvoaça,
como a poeira de ouro das horas nuas sobre o mar...

Francisco Campos
Francisco Luís da Silva Campos (1891-1968). Advogado, educador e político de ideologia direitista brasileiro nascido em Dores do Indaiá, Estado de Minas Gerais, de posições claramente antiliberais e ligado aos movimentos revolucionários de direita no Brasil, combateu firmemente, por exemplo, o movimento militar tenentista dos anos trinta contra o governo federal. De tradicional família mineira, era filho de Jacinto Álvares da Silva Campos, juiz de Direito, e de Azejúlia de Sousa e Silva, foi alfabetizado em casa, por sua mãe, passou dois anos como interno no... Leia mais aqui:

domingo, 14 de dezembro de 2014

Resignação.

 

RESIGNAÇÃO

Já não mais vejo o raiar no horizonte,
De um lindo dia de primavera radiante,
Surgindo manso, que beleza, que esplendor.
Já não mais vejo o jardim tão verdejante,
Com suas flores de odor tão deslumbrante,
Me enchendo o peito de alegria e vigor.

Já não mais vejo o rio perene e calmamente,
Com suas águas cristalinas e tão reluzentes,
Refletindo do céu os raios do luar.
Já não mais vejo os peixes de cores atraentes,
Nadando, brincando, de forma inocente,
Como se quisessem a mim, cortejar.

Já não mais vejo como antes eu via,
A beleza dos pássaros, cantando de alegria,
Enchendo-me o peito com tamanha emoção.
Já não mais vejo o pomar que existia,
Com seus belos frutos, tal qual uma magia,
Florindo e brotando em cada estação.

Já não mais vejo a relva espalhada,
No solo fértil, linda como que encantada,
Exalando seu odor gostoso e perfumado.
Já não mais vejo as palmeiras bem cuidadas,
Beirando o rio, tão belas, enfileiradas,
Tal qual um batalhão, uniforme e perfilado.

Já não mais vejo nada, porém sou feliz,
Porque nesta vida já vi tudo que quis,
Pois, pior que ser cego, é não ter coração.
Já não mais vejo nada, mas sei que existe,
A beleza da vida em meu ego persiste,
É por isso que vivo com resignação. 

R.S. Furtado 

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Desnuda e exposta aos vendavais sem pejo.


DESNUDA E EXPOSTA AOS VENDAVAIS SEM PEJO

Árvore abandonada no caminho;
desnuda e exposta aos vendavais sem pejo,
não tenho sombras para o teu carinho,
não tenho frutos para o teu desejo.

Destroçou-me o infortúnio... Malfazejo
foi-me o destino, e pérfido, e mesquinho.
Guardei no seio o teu primeiro beijo:
tudo o mais se perdeu pelo caminho.

Por que buscas agora o amor desfeito?
– És sonho na minha alma, e sonho morto.
– Sou rosa em tuas mãos, e desfolhada.

Depois de tantos anos, no teu leito
tens apenas sobejos do meu corpo,
da minha alma, talvez, não tenhas nada...

Henrique de Resende
 

Henrique de Resende, na verdade Henrique Vieira de Resende, nasceu no dia 13 de agosto de 1899, na fazenda do Rochedo, em Cataguases. Era filho do jurista Afonso Henrique Vieira de Resende e de Josefina Adelina Faria de Resende. Fez o curso primário na casa dos pais. Estudou no Colégio Anglo-Brasileiro do Rio de Janeiro e depois fez o curso de matemática em Ouro Preto, vindo a formar-se engenheiro civil pela Faculdade de Engenharia de Juiz de Fora em 1924.

Em seu livro de estréia “Turris Eburnea”, de 1923, a poética de Enrique de Resende já era moderna. Influenciado por Alphonsus de Guimaraens e a escola simbolista, em 1923 começaria uma evolução em sua arte que o levou a criar, com seus... Leia mais aqui:

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

A um burguês.

 

A UM BURGUÊS
Tu, ventrudo burguês analfabeto,
Escultura rotunda da irrisão,
Para quem o viver mais limpo e reto
Consiste em ser devoto e ter balcão;

Tu, que resumes todo o teu afeto
No dinheiro, - o metal da sedução –
Pelo qual negociarás abjeto
Tua esposa, teu lar, teu coração.

Escuta, ó ignorantaço, o que te digo:
Esse ouro protetor, que é teu amigo,
Que te deu o conforto de um paxá,

Pode comprar qualquer burguês cretino;
Mas a lira de um vate peregrino
Não compra, não comprou, não comprará.

Emídio de Miranda
Waldemar Emídio de Miranda nasceu em 05.08.1897, no Recife e morreu em Rio Branco (Arcoverde) no dia 29.08.1933. Era filho do professor Auxêncio da Silva Viana e Maria dos Passos de Miranda Andrade.

Emídio de Miranda (esse era o seu nome artístico), muito cedo começou a versejar e a beber, entregando-se pouco a pouco ao anti-social vício. Porém, apesar disto, Emídio era muito querido pelas pessoas por ser um homem respeitador, bem aparentado, feições nobres e vasta cabeleira que usava ao estilo Castro Alves. Bom poeta e ótimo... Leia mais aqui:

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Lua boa.

 
LUA BOA

Quando a lua sair nós iremos ao campo
esmagar o capim, passo a passo, bem juntos
como dois namorados que não gostam de falar
quando a lua é mais clara e o coração mais limpo.

Nós mergulharemos na simplicidade,
mão na mão, sonhando as palavras que ficam,
enquanto os maricás noivarem,
calma grave e nupcial, tristeza boa
para a gente saber que vai morrendo,
para provar no lábio um gosto que abençoa.

Quanta doçura virgem de ervas!
Mesmo à noite os trevais têm cheiro azul de manhã,
e o capim o capim esmagado
perfuma os pés que o pisaram, santamente.

Augusto Meyer
 

Leia mais um belo poema e a biografia do autor aqui:


sábado, 6 de dezembro de 2014

Os fantoches.



OS FANTOCHES

O fantoche obedece cegamente
ao comando do manipulador:
um tempo de sorrir e estar contente,
um tempo de chorar e sentir dor.

Mas, a face não muda. A gente sente
olhando em seu olhar, seja o que for
de morte e solidão, a inconsistente
vida a que uma outra vida dá calor.

O homem dos fantoches é um sucesso:
“Distinto público, eu agora peço...
(Silent uivando Patuleia).

A lágrima e o sorriso controlados
nos cordéis habilmente disfarçados.
(Os fantoches no palco ou na platéia?)

Deífilo Gurgel
 

Deífilo Gurgel (Areia Branca-RN, 22 de outubro de 1926 – N

atal-RN, 6 de fevereiro de 2012, foi um advogado, professor universitário, administrador público, antropólogo, folclorista, poeta e historiador brasileiro. Deífilo Gurgel, que presidiu a Comissão Norte-Rio-Grandense de Folclore, foi professor da disciplina “Folclore Brasileiro”, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, tendo levado um número significativo de alunos para encontros de pesquisa com Câmara Cascudo, quando este, na época, era o mais citado, em trabalhos... Leia mais aqui:


quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Amamo-nos.

  
AMAMO-NOS

Lá fora, a noite estava linda,
As estrelas como que rindo, estavam a brilhar.
Combinando sempre, com a beleza infinda,
Do terno, atraente e gostoso luar.

Lá dentro estávamos, a tudo indiferentes,
Indiferentes a beleza lá fora a reinar.
Juntinhos, abraçados com nossos corpos quentes,
Imbuídos num só pensamento. Amar... Amar... Amar.

Naquele quarto pequeno, porém acolhedor,
Amamo-nos... Amamo-nos... Num desejo insano.
A felicidade chegou, ao ouvir dizeres amor,
Te amo, te amo, te amo, te amo.

As horas se passaram, tudo terminou,
Senti a tristeza invadir meu coração.
Ao sairmos olhamo-nos, tudo findou,
Pois era chegada a triste separação.

Mas, por mais fortes, os sofrimentos meus,
Chegará o dia em que tudo terá fim.
Pois sei que um dia o nosso bom DEUS,
Te trará inteirinha de volta pra mim.

R.S. Furtado.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Versos na taverna.

   
VERSOS NA TAVERNA

Para Manuel António Álvares de Azevedo

Da quase pueril cátedra paulista
à pútrida frigidez prematura,
não pôde o tempo atacar-te a alma pura
nem calar-te a pena, pena de artista.

A Epicureia, os dias de loucura,
os ídolos: Byron, o vigarista,
Victor Hugo, William ( tinha uma lista!)
todos declamaram-te à sepultura.

Ah, fosse-te a negra sorte mais terna
e calasse o “Se eu morresse amanhã”,
teria a arte seu coração mais cheio.

Já que partiste, eu sigo p'ra taverna
(é noite) e brindo, junto com Bertrand,
à lira de seus vinte anos e meio.

Wilson R.
 

WILSON R. é pseudônimo de Wilson Roberto de Carvalho de Almeida, brasileiro nascido em São José dos Campos/SP, aos sete de fevereiro de 1965. Filho de José Wilson de Almeida e Aparecida Machado de Carvalho, o escritor orgulha-se de ter ascendência joseense desde os avós de sua avó paterna, filhos de portugueses.

Com os pais em constante conflito de relacionamento, Wilson R. teve uma infância bastante atribulada, estudando em diversas escolas da cidade natal e algumas vizinhas, como Jacareí – chegou a frequentar cinco escolas em um único ano, devido às mudanças de endereço constantes. Entretanto, tais mudanças não interferiram... Leia mais aqui:

sábado, 29 de novembro de 2014

O desenlace.

 
O DESENLACE

O arcanjo da morte, pairando medonho,
brandira no ar sua foice fatal!
Luisinha abre os olhos! acorda dum sonho,
e a mãi vê tingida da côr sepulcral!

O rosto gentil de macío amaranto
ao frio cadaver ainda colou...
Recúa assustada... rebenta-lhe o pranto,
mortal palidez sua face inlutou.

Correu desvairada os caminhos da aldeia,
chamando sua mãi e cantando o seu mal...
mas quando chagaram as horas da ceia,
findara o seu giro, do albergue ao portal.

Fechada era a porta !... Em lençol mortuario
involta a mãi cara, levara-lh'a alguém...
Distante gemia o feral campanario,
e a pobre louquinha gemia tambem.

Cândido de Figueiredo
 

Poeta, romancista, crítico literário e jornalista, António Cândido de Figueiredo formou-se em Direito, após ter abandonado o seminário de Viseu, onde concluiu o curso de Teologia. Exerceu advocacia e notariado, a par com a actividade de jornalista, tendo sido secretário da Associação de Jornalistas e Escritores Portugueses na década de 80 do século XIX. Ficou também conhecido como filólogo, tendo editado, em 1899, o “Novo Dicionário da Língua Portuguesa”, e também obras de gramática.

Ocupou diversas funções públicas, entre as quais inspector das escolas do distrito de Coimbra e, mais tarde, de presidente da... Leia mais aqui: