domingo, 8 de dezembro de 2013

Contraste.

CONTRASTE

Jaz na igreja, estendido em caixão precioso,
Um membro da nobreza... Em pranto estão rendidos
Os filhos seus, a viúva; e esta, a chamar o esposo,
Roga-lhe em alta voz que atenda os seus gemidos.

Os circunstantes, ante a cena, comovidos,
Põem-se a soluçar pelo amigo saudoso;
Uns, refletem, talvez, que também são maridos
E um dia a morte vem roubar-lhes todo do gozo.

Mais tarde um outro esquife é posto na capela...
O silêncio domina o ambiente funéreo,
Em volta do plebeu, sobre a tumba singela...

Daqui, o último sono ao descanso transfere-o,
Pois dormiu no Senhor, que os humanos nivela,
Quando a vida findar, no pó do cemitério.

Elias Medeiros Ferro
Frei Elias Medeiros Ferro nasceu em Palmeira dos Índios, em 15 de março de 1905. Filho de Isiano Ferreira Ferro e Maria Rosa Medeiros, não freqüentou a escola. Autodidata, auxiliar do comércio, trabalhou quatro anos na casa comercial do escritor Graciliano Ramos, seu parente. Em 1928, ingressou no Convento do Carmo, de Salvador-BA, onde fez o noviciado e a profissão religiosa, na ordem dos carmelitas. Sempre residiu no Convento, onde, com outros irmãos, fundou o Museu do Carmo. Passou seus últimos anos em Maceió, morrendo na capital alagoana.

Entre suas principais obras, encontram-se: Flores do Outono (Bahia, 1956) – poesias; Tarde de Outono (Bahia, 1958) – poesias; Cânticos do Arrebol (Bahia, 1961) – poesias; Poesias Completas (Bahia, 1964) – poesias; Poesias Escolhidas (Bahia, 1968) – poesias, 2ª. Edição em 1971.

Fonte: A Poesia do Brasil

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3 comentários:

chica disse...

As diferenças existem até nessa hora...Depois todos são novamewnte iguais... abração, linda semana,chica

MARILENE disse...

Não importam essas diferenças, mas o que foi feito em vida, pois todos viram pó e só a alma terá um destino diverso. Bjs.

Zilani Célia disse...

OI ROSEMILDO!
LEGAL TUAS POSTAGENS DE ESCRITORES DIVERSOS, AMPLIA NOSSOS CONHECIMENTOS.
ABRÇS
http://bafejosdeminhaalma.blogspot.com.br/