quarta-feira, 9 de outubro de 2013

No fundo de mim mesmo.



NO FUNDO DE MIM MESMO

No fundo de mim mesmo
eu sinto qualquer coisa que fere minha carne,
que me dilacera e tortura...

… qualquer coisa estranha (talvez seja ilusão),
qualquer coisa que eu tenho não sei onde
que faz sangrar meu corpo,
que faz sangrar também
a Humanidade inteira!

Sangue,

Sangue escaldante pingando gota a gota
no íntimo de mim mesmo,
na taça inesgotável das minhas esperanças!
Luta tremenda, esta luta do Homem:
E beberei de novo – sempre, sempre, sempre –
este sangue não sangue, que escorre do meu corpo,
este sangue invesível – que é talvez a Vida!

Amilcar Cabral



Leia mais um belo poema e a biografia do autor aqui:

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5 comentários:

chica disse...

Linda poesia e fico pensando o quanto tu lês pra encontrar sempre coisas assim de autores diversos e sempre bem escolhidas! abração,chica

Penélope disse...

Agradeço sua visita que sempre me dá a oportunidade de chegar por aqui e ter para ler um belo poema. Abraço, meu amigo!

MARILENE disse...

Suas postagens são presentes. Gostei muito do poema. Realmente, o que pulsa dentro de nós chama-se vida. Ora nos deixa o sangue calmo, ora o faz ferver diante das intempéries. Abraço.

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Meu amigo

Um poema simplesmente maravilhoso de Amilcar Cabral que adorei ler.
Uma boa escolha como sempre.

Um beijinho com carinho
Sonhadora

Unknown disse...

Meu amigo Furtado
Sempre os versos mais belos
aqui encontro nesse teu pedaço
de encantos, de palavras bafejadas
dos mais incríveis e até mesmo desconhecidos poetas.
Eu vibro cada vez que aqui chego
pois que sempre encontro deveras
novidades de entidades mil...

Parabéns sempre!

Beijos

Livinha

http://escritade.blogspot.com/