sábado, 21 de setembro de 2013

Soneto da última estação.


SONETO DA ÚLTIMA ESTAÇÃO
 
Esta que vem do mar por entre os ventos,
Sacudindo as espumas dos cabelos,
Vem molhada de azul nos pensamentos,
Seu corpo oculta a ilha dos segredos.

Vem e dança ao andar sobre as areias
Úmidas sob os passos e os desejos,
Onde as ancas são ondas em cadeias
Infinitas de luz contra os espelhos.

Nem precisa de flor nem de perfume,
Ela é a própria essência do ciúme,
Feita de mito e se fazendo estrela.

Vem – dança – e passa aos fogos do verão
– Fantasia da última estação.
Explodiu na vertigem da beleza.
 
Adelmo Oliveira
Adelmo José de Oliveira nasceu em 13 de maio de 1934, na cidade de Itabuna, na Bahia. Em 1962, sob um júri formado por nomes de expressão da literatura brasileira, como Manuel Bandeira, Austregésilo de Athayde, José Carlos Lisboa e Pio de Los Casares, recebeu o Prêmio Nacional Luis de Góngora com ensaio “Góngora e o Sofrimento da Linguagem”. Formado em Direito pela Universidade Federal da Bahia, 1966, participou do Movimento Cultural baiano escrevendo estudos, ensaios e poesias para os principais jornais e revistas de Salvador.
 

Publicou entre outros títulos: Canto da Hora Indefinida, 1960; Três Poemas, 1966; O Som dos Cavalos Selvagens, 1971; Cântico Para o Deus dos Ventos e das Águas, 1987; Espelho das Horas, 1991; O Canto Mínimo, 2000, (Antologia Poética) Poemas da Vertigem, 2005. Participou de várias Antologias Poéticas editadas na Bahia, no Sul do País e no Exterior. Exerceu atividade política contra a Ditadura Militar, sendo preso por duas vezes e torturado. Foi eleito Deputado Estadual à Assembléia Legislativa do Estado da Bahia pelo antigo MDB em 1978.


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2 comentários:

chica disse...

Poeta baiano, escreve maravilhosamente! Gostei! abração, tudo de bom,lindo fim de semana! chica

Anônimo disse...

MUCHAS GRACIAS POR COMPARTIR TAN INTERESANTES LETRAS.
UN ABRAZO