domingo, 8 de setembro de 2013

Púrpuras.


PÚRPURAS

Na púrpura do verso o ouro do Sonho ardente,
Fio a fio, teci. Era manhã! Radiava
Em pleno azul o meu belo sol adolescente.
E o meu Sonho, a essa luz, resplendia e cantava.

Como a enrediça, a vida, indomada e ascendente,
Por minha mocidade em mil voltas serpeava.
E tudo, no esplendor de um mundo renascente,
Sonoro, multicor, multímodo, vibrava.

Musa, que não gemeu flébil, magoada e langue:
Vivaz, tonto de luz, salte o primeiro verso.
Ao primeiro rebate estuoso do meu sangue.

Ó selvas tropicais! Ó sonoras luxúrias!
Mundo excelso do Sonho, esvoaçando, disperso,
No incontentado ardor dessas rimas purpúreas!

Arthur de Salles

Arthur Gonçalves de Sales foi poeta, tradutor e escritor brasileiro, filho de Sinto Aquino Rego e Maria Eufrosina de Aragão Sales. Nasceu a 7 de Março de 1879 no bairro do Pilar, na Cidade Baixa de Salvador. A água do mar chegava próxima à porta de sua casa. Morava bem próximo ao Cais Dourado, onde havia muitos estivadores, comerciantes e aconteciam sambas-de-roda e rodas de capoeira. Essas primeiras impressões marcariam-no profundamente. Elabora seus primeiros versos aos treze anos e suas poesias são publicadas pela primeira vez em 1901 por diversas revistas de Salvador.

Em 1905 forma-se pela Escola Normal da Bahia.

Arthur de Salles foi Imortal da Academia Baiana de Letras, ocupando ali a Cadeira de número 3, que ocupou até sua morte, em 1952, sendo sucedido por Eloywaldo Chagas de Oliveira.

Em 1908 é nomeado bibliotecário da Escola Agrícola da Bahia, situada na vila de São Francisco do Conde. Publica seus poemas em diversas revistas da Bahia. Por essa época, participa dos serões, dos recitais de poesia na casa de seu tio Martinho Gonçalves de Salles Brasil, ao lado de seu pai, Severiano, da poetisa Amélia Rodrigues, dos Balthazar da Silveira, dos Mangabeira etc.

A Revolução de 1930 fechou os Aprendizados e fez com que o poeta caísse em disponibilidade não-remunerada. Em 1935 é nomeado para o mesmo cargo de professor adjunto, para o Aprendizado de Quissamã, Sergipe. Enquanto estava em disponibilidade, foi ensinar no Instituto Baiano de Ensino de seus antigos condiscípulos Hugo e Giraldo Balthazar da Silveira. Lecionou português, francês e história.

Fonte: Wikipédia.

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5 comentários:

chica disse...

Muito linda tua escolha,Rosemildo, mais uma, aliás!! abração, tudo de bom, lindo domingo! chica

Anne Lieri disse...

Um soneto primoroso!Bjs e boa semana pra vc,

Edum@nes disse...

Na púrpura do verso
O ouro do Sonho ardente
Neste mundo perverso
Governa ruim gente!
Tem regalias especiais
Recebem muito sem nada produzir
Causam medonhos temporais
Como o vento nas folhas das árvores a zumbir.
É uma pena continuarem
E povo consentir
Quanto com tudo acabarem
Com a guita vão fugir!

Obrigado amigo Furtado,
pela sua visita
Boa noite e um abraço
Do Eduardo.

Roselia Bezerra disse...

Olá, Furtado
Bela escolha cheia de sabedoria poética...
Abraços fraternos de paz e bem

Graça Pereira disse...

Um soneto maravilhoso e obrigada por me dar a conhecer mais um POETA brasileiro.
Como a nossa língua é bonita...
Estive ausente para terminar o meu livro que já está na fase de revisão. Um velho sonho, meu Amigo.
Abraço e uma semana feliz.
Graça