sábado, 10 de agosto de 2013

A Virgem.


A VIRGEM
 
A onda desmaia, na beira da praia,
As rendas da saia da virgem beijou;
O anjo vagueia, pisando n'areia,
Nem mesmo receia do mar que a molhou.
 
 
Brincava, brincava, as conchas guardava
No seio que arfava no brinco infantil;
A nívea botina, de forma tão fina,
Gentil, pequenina, pisava sutil.
 
 
Na areia macia, que o vento movia,
A virgem escrevia, escrevia cismando;
Do astro do dia a luz imergia,
Na onda bravia do mar espumando.
 
 
Um vulto elegante, da praia distante,
Navega constante, cantando ao luar;
-Meu barco tem vela e a noite é tão bela
Donzela! Donzela! Voemos ao mar.
  
Afonso Cláudio
     

Afonso Cláudio de Freitas Rosa nasceu em Mangaraí, município de Santa Leopoldina, no Estado do Espírito Santo, no dia 02/08/1859. Os primeiros estudos foram feitos entre o Rio de Janeiro e o Espírito Santo, respectivamente no Colégio das Neves e Ateneu Provincial. O curso superior o dividiu entre a Faculdade de Direito do Recife-PE, e de São Paulo, mas se formou na capital pernambucana em 1883. O contato com Sílvio Romero, Tobias Barreto e Clóvis Bevilácqua definiram o seu destino de escritor e pesquisador. Segundo Guilherme dos Santos Neves, ninguém, antes dele, focalizou o folclore capixaba com aquele "quê" científico e sério aprendido através das lições de seu colega e amigo Sílvio Romero e de seu mestre Tobias Barreto, Interessado também pela política, uma de suas bandeiras foi o movimento republicano, que compartilhou com jovens jornalistas e escritores através de campanhas pela imprensa. Vitorioso o movimento, República proclamada, Afonso Cláudio foi escolhido o primeiro governador do Estado, cuja posse se deu no dia 20/11/1889. Foi membro fundador da Academia Espírito-santense de Letras, onde ocupou a cadeira n. 01 , cujo patrono é Marcelino Pinto Ribeiro Duarte ( padre). Jurisconsulto, professor de Direito, Historiador, Conferencista, Poeta, foi uma das mais ilustres personalidades de sua época. Deixou vários livros e estudos sobre Direito, História, Literatura, Filosofia, Folclore. Magistrado, presidiu o Tribunal de Justiça. Pertencia ao Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo. A Prefeitura Municipal de Vitória, em sua homenagem, deu seu nome a uma rua do bairro Praia do Canto. Faleceu no Rio de Janeiro, em 16/06/1934.


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6 comentários:

GERALDO RIBEIRO disse...

Olá, Rosemildo

Muito bom o poema, obrigado por ter comentado no meu blog.

Um abraço, paz e bem

chica disse...

Que lindo o poema! E sabes, ao iniciar a ler, tinha a certeza que era teu. Tu escreves tão bem quanto ele. Lindo! abração,chica

Wanderley Elian Lima disse...

Gosto desses poemas clássicos com rimas e métricas perfeitas.
Abraço

Magia da Inês disse...

A poesia enfeita a vida... sempre!!!
Amei ler essa.


✿·.¸.•
♪✿°•.¸ Bom fim de semana!
Beijinhos do Brasil.♪✿°

Anônimo disse...

UN POEMA QUE ES ALGO MÁS QUE UN TRIBUTO.
UN ABRAZO

Marli Terezinha Andrucho Boldori disse...

Olá Rosemildo, bela escolha de tema.Versos maravilhosos, palavras bem comportadas que falam de sensualidade, emoção e amor.....
Parabéns! Grande abraço!