segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Briário e Centímano.


BRIÁRIO E CENTÍMANO 

Solitário coqueiro miserando, 
Que as tormentas não deixam sossegar! 
E, de contínuo, as palmas agitando 
Pareces um vesânico a imprecar. 

Desgraçada palmeira, como e quando 
Irão teus pobres dias acabar; 
E com eles ou teu destino infando 
De cativo da Terra ao pé do Mar ? 

Hemos conformes nossos tristes fados. 
Tu, germente Briaréu dos vendavais 
Eu, Centímano de cem mil cuidados. 

Um retorcido aos ventos outonais 
Outro com os seus anelos sossobrados... 
Nem sei qual de nós dois braceja mais! 

Carlos Dias Fernandes 


Carlos Augusto Furtado de Mendonça Dias Fernandes, Nasceu em 20 de setembro de 1874, na cidade de Mamanguape, Estado da Paraíba e faleceu em 09 de dezembro de 1942, no Hospital da Cruz Vermelha, no Rio de Janeiro. Era filho do Dr. Nepomuceno Dias Fernandes e de D. Maria Augusta Saboia Dias Fernandes. Aprendeu as primeiras letras com a sua mãe, continuando com os professores Luiz Aprígio e Isaac Ribeiro que lhe ministraram aulas de Português e Latim. Aos dezesseis anos já tinha lido Os lusíadas bem como Virgílio e Horácio na língua original . Apesar de Mamanguape se, a esse tempo, um importante centro de exportação de algodão e da cana-de-açúcar, através do porto de Salema, Carlos Fernandes não sentia atração pela cidade que , pela falta de desenvolvimento cultural não lhe oferecia condições para expandir o seu potencial latente; de espírito aventureiro, aspirava a uma vida menos repressiva e mais alegre o que faltava ali. Quer ler mais?

Fonte: Academia Paraibana de Letras. 

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6 comentários:

Severa Cabral(escritora) disse...

Oh!Como gosto desse menino!
Esse menino conhece até a praia de Tambaba...
Vamos que vamos,menos do outro lado do portão,kkkkkkkkkkkkkkkkk
Meu querido!
È sempre um prazer te receber no meu cantinho,pena que quando estás por lá eu sempre estou auzente,kkkkkkkkkkk
Seu blog me inspira sempre pela potência como vc dirige...aplausosssssss

Ventania da Noite disse...

Bom dia, amigo!

Com este belo soneto nos presenteia nessa manhã de segunda! Particularmente não conhecia a obra de Carlos Dias mas por esses versos pressinto que só há grandes escritos.

E tanto somos palmeira retorcida pelos açoites das dores e do tempo que um dia haveremos de ceder à uma força maior...

Obrigado pela partilha, meu amigo!

Um grande abraço e tenha uma abençoada semana!

Deus seja contigo

Unknown disse...

Belíssimo poema
Me fez lembrar de um poema que escrevi ano passado, te acalma, te acalma, te acalma, os chicoteios das palmeiras que nos ensina a calar, como a dizer que somente no tempo, podemos qualquer coisa mudar...

A palmeira e o poeta
e as suas horas que não querem calar...

Mto bom

Meu amigo, e aí como está o frevo
do nordeste, o melhor que há como em todos os carnavais, aquela dança sem maldade, do jeito que o nordestino faz. Ai quanta saudade dos tempos que não volta mais...

Dias bons pra ti

Bjs
Livinha

Carla Fernanda disse...

Bela poesia!
Pobre coqueiro, pobre de nós todos vivendo ao acaso de tantas e tantas agruras e lutas....

:D

Everson Russo disse...

Um poema forte e profundo meu amigo...abraços de bom dia.

Lu Nogfer disse...

Amigo!

Muito bom o poema e as informaçoes tambem!É sempre bom saber um pouco sobre esses feras!

Parabens pelo otimo post!

Beijos em seu coraçao!