sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Se eu fosse um padre.


SE EU FOSSE UM PADRE

Se eu fosse um padre, eu, nos meus sermões,
não falaria em Deus nem no Pecado
- muito menos no Anjo Rebelado
e os encantos das suas seduções,

não citaria santos e profetas:
nada das suas celestiais promessas
ou das suas terríveis maldições...
Se eu fosse um padre eu citaria os poetas,

Rezaria seus versos, os mais belos,
desses que desde a infância me embalaram
e quem me dera que alguns fossem meus!

Porque a poesia purifica a alma
... a um belo poema - ainda que de Deus
se aparte - um belo poema sempre leva a Deus!

Mario Quintana


Mario Quintana foi um importante escritor, jornalista e poeta gaúcho. Nasceu na cidade de Alegrete (Rio Grande do Sul) no dia 30 de julho de 1906. Trabalhou também como tradutor de importantes obras literárias. Com um tom irônico, escreveu sobre as coisas simples da vida, porém buscando sempre a perfeição técnica. Sua infância foi marcada pela dor e solidão, pois perdeu a mãe com apenas três anos de idade e o pai não chegou a conhecer (morreu antes de seu falecimento). Viveu na cidade natal até os 13 anos de idade. Em 1919, mudou-se para a cidade de Porto Alegre, onde foi estudar no Colégio Militar. Foi nesta instituição de ensino que começou a escrever seus primeiros textos literários.  Já na fase adulta, Mario Quintana foi trabalhar na Editora Globo. Começou a atuar na tradução de obras literárias. Durante sua vida traduziu mais de cem obras da literatura mundial. Entre as mais importantes, traduziu “Em busca do tempo perdido” de Marcel Proust e “Mrs. Dalloway” de Virgínia Woolf. Com 34 anos de idade lançou-se no mundo da poesia. Em 1940, publicou seu primeiro livro com temática infantil: “A rua dos cataventos”. Volta a publicar um novo livro somente em 1946 com a obra “Canções”. Dois anos mais tarde lança “Sapato Florido”. Porém, somente em 1966 sua obra ganha reconhecimento nacional. Neste ano, Mario Quintana ganha o Prêmio Fernando Chinaglia da União Brasileira dos Escritores, pela obra “Antologia Poética”. Neste mesmo ano foi homenageado pela Academia Brasileira de Letras. Ainda em vida recebeu outra homenagem em Porto Alegre. No centro velho da capital gaúcha é montado, no prédio do antigo Hotel Majestic, um centro cultural com o nome de Casa de Cultura Mario Quintana. Faleceu na capital gaúcha no dia 5 de maio de 1994, deixando um herança de grande valor em obras literárias

Fonte: http://www.suapesquisa.com/

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9 comentários:

MA FERREIRA disse...

Adoro Quintana.

Seus versos tocam nossos corações mais do que muitos sermões. Todos do mesmo jeito...sem vibração..

Parabéns pelo bom gosto na escolha!
bj
Ma

Magia da Inês disse...

°º✿
º° ✿✿♥ ° ·.
Amigo, muito lindo.
Mário Quintana certamente era um padre e nem sabia...
Bom fim de semana!
Beijinhos carinhosos.
Brasil
°º✿
º° ✿✿♥ ° ·.

chica disse...

Sensacional Quintana.Não conhecia essa poesia dele.Legal! abração,ótimo fds,chica

Everson Russo disse...

Um belo poema é sempre bom pra alma sim...abraços de bom final de semana pra ti amigo.

Roselia Bezerra disse...

Olá,
Deus é Amor!!!
Daí concordar com o seu post...
A poesia é o perfume do amor...
Abraços fraternos de paz

Anne Lieri disse...

Furtado,como é bonito esse soneto de Quintana!Realmente há sermões muito ruins por aí,se os padres usassem poesia com certeza seria mais interessante!...rss...bjs,

Wanderley Elian Lima disse...

Olá amigo
Mario Quintana era um sábio.
Bom fim de semana
Abração

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Meu querido amigo

Um poema lindo, tão ao jeito de Quintana, adorei e deixo um beijinho.

Rosa

OutrosEncantos disse...

:))) encantador, este nosso poeta Quintana, e não é que ele tem razão?!

"um belo poema sempre leva a Deus"

:)) beijinho pai/avô :))