quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Indício velado.


INDÍCIO VELADO

Não toques, distância, no seu cabelo molhado;
Não lhe mexas. Rosto puro, às aguas posto e preso,
Uma imagem será o seu único peso,
Um pensamento o único beijo que me há dado.

Que o Índico persiga o indício velado;
Decore o Mar Vermelho o forte rosto aceso -
Mas não para morrer: para menos desprezo;
E eu próprio fique em meu amor atenuado.

Oh! platónico amor de ninguém e de alguma,
Espectro que criei e rodeei de lágrimas,
Vénus ainda ao longe no aro da minha espuma!

Imagem, força de vontade, imagem
Viva ou morta, não sei; imagem acre... mas
Verdadeira e suave, isso mais que nenhuma!

Vitorino Nemésio


Poeta, ficcionista, ensaísta, cronista e crítico literário português, Vitorino Nemésio Mendes Pinheiro da Silva nasceu a 19 de Dezembro de 1901, na Ilha Terceira, nos Açores, e faleceu a 20 de Fevereiro de 1978, em Lisboa. Entre 1911 e 1912, Vitorino Nemésio frequentou o liceu de Angra, onde cedo manifestou a sua vocação de poeta e prosador, estreando-se com o livro de versos Canto Matinal, em 1916. Em 1919, após um desaire escolar, iniciou o serviço militar como voluntário, partindo para o continente. Do ano seguinte data a peça em um acto Amor de Nunca Mais e a poesia de A Fala das Quatro Flores. Em 1921, em Lisboa, iniciou-se na actividade jornalística, na redacção de A Pátria, a Imprensa de Lisboa e Última Hora. Em 1922, concluiu os estudos liceais em Coimbra e matriculou-se na Faculdade de Direito, onde, como revisor da Imprensa da Universidade, publicou o poema Nave Etérea. Transitará para o curso de Ciências Geográficas e, posteriormente, para Filologia Românica. Colaborou na fundação de Tríptico, em Seara Nova e na Presença. Correspondeu-se com Unamuno. Em 1934, doutorou-se com uma tese subordinada ao título A Mocidade de Herculano até à Volta do Exílio.

Fonte: http://antoniogois1.blogspot.com/





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9 comentários:

Anônimo disse...

MUY DISIENTE TEXTO.
UN ABRAZO

Anônimo disse...

"Aquilo que está escrito no coração não necessita
de agendas porque a gente não esquece. O que
a memória ama fica eterno."

Rubem Alves

Beijos e meu carinho a todos...M@ria

Wanderley Elian Lima disse...

Olá amigo
Amor platônico só faz sofrer, e impedir que um amor real aconteça.
Abração

chica disse...

Muito linda essa poesia!abraços, ótimo dia!chica

Everson Russo disse...

Poema forte,,,abraços de bom dia pra ti meu amigo.

Lou Witt disse...

Meu querido amigo, ando um tanto distante, é que o inverno me deixa quase reclusa.
Beijo de carinho!!!

sandrafofinha disse...

Olha Rosemildo obrigada pelo teu comentario mas eu prefiro me ficsr só por este blogue porque eu detesto ler e um blogue sobre literatura não iria fazer o meu genero. De qualquer maneira obrigada. Eu virei a este sempre que puder. Beijinhos.

Smareis disse...

Amigo esse é um poema lindo. O coração tem razões, que até as razões desconhece.
Um beijo grande, e continuação de ótima semana. Smareis

OutrosEncantos disse...

tão lindo esse poema, Furtado.
beijinho.