quarta-feira, 11 de maio de 2011

As águas.


AS ÁGUAS

A chuva regressou pela boca da noite
Da sua grande caminhada
Qual virgem prostituída
Lançou-se desesperada
Nos braços famintos
Das árvores ressequidas!

(Nos braços famintos das árvores
Que eram os braços famintos dos homens...)

Derramou-se sobre as chagas da terra
E pingou das frestas
Do chapéu roto dos desalmados casebres das ilhas
E escorreu do dorso descarnado dos montes!

Desceu pela noite a serenar
A louca, a vagabunda, a pérfida estrela do céu
Até que ao olhar brando e calmo da manhã
Num aceno farto de promessas
Ressurgiu a terra sarada
Ressumando a fartura e a vida!
Nos braços das árvores...
Nos braços dos homens...

Onésimo da Silveira


Onésimo da Silevira nasceu na cidade do Mindelo em 10/02/1935. É um político e escritor de Cabo Verde. Viveu na China, tendo-se mais tarde radicado na Suécia, onde representou o PAIGC. Licenciado em Ciências Políticas, desempenhou até há pouco tempo um alto cargo nas Nações Unidas, tendo representado essa organização na Somália, em Angola e em Moçambique. Vive actualmente em São Vicente.

Fonte: http://www.wook.pt/

11 comentários:

Anônimo disse...

MUY REFLEXIVO TEXTO. GRACIAS POR COMPARTIR.
UN ABRAZO

Sandra Gonçalves disse...

Hoje vim lhe fazer um pedido urgente e sério,
Por favor assine e divulgue

Lei covarde, cruel e homofóbica.
Em 12 horas, o parlamento ugandense pode votar uma nova lei brutal que prevê a pena de morte para a homossexualidade. Milhares de ugandeses podem enfrentar a execução - só por serem gays.

Nós ajudamos a impedir esta lei antes, e podemos fazê-lo novamente. Depois de uma manifestação global massiva no ano passado, o presidente de Uganda, Museveni, bloqueou o progresso da lei. Mas os tumultos políticos estão crescendo em Uganda, e extremistas religiosos no parlamento esperam que a confusão e a violência na rua distraiam a comunidade internacional de uma segunda tentativa de passar esta lei cheia de ódio. Nós podemosmostrar a eles que o mundo ainda está observando. Se bloquearmos o voto por mais dois dias até que o parlamento feche, a lei expirará para sempre.
Para assinar clique nesse link:
http://www.avaaz.org/po/uganda_stop_homophobia_petition?fp

chica disse...

Não cnhecia, ou pelo menos, não lembrava desse escritor.

Linda poesia! abraçso,ótimo dia!chica

Everson Russo disse...

Não tinha conhecimento de tão belo poema...abraços de bom dia pra ti meu amigo...

Wanderley Elian Lima disse...

As chuva muitas vezes é sinal de fartura, para homens e para a terra.
Grande abraço

EU VENCI O CÂNCER! disse...

ei tem selinho para vc no meu blog esta do lado direito a primeira postagem bjos

Carla Fernanda disse...

Lindo poema cru e nu.
Beijos,
Carla

Engenholiterarte disse...

É uma honra! Estou muito feliz com sua presença na minha vida, querido mestre! Um abraço e parabéns pela postagem - que lindo estilo tem esse poeta. Grande escolha!

Magia da Inês disse...

Amigo,
Imaginei a chuva no sertão... a avidez com que ela é recebida...
Beijinhos.
Brasil °º♫
°º✿
º° ✿♥ ♫° ·.

Everson Russo disse...

Um belo final de semana pra ti meu amigo...abraços fraternos..

Maria Auxiliadora de Oliveira Amapola disse...

Boa noite, Rosemildo.

Lindo poema.
A questão da escravidão sempre me emocionou muito. É uma das maiores vergonhas do nosso mundo.

Um grande abraço.
Maria Auxiliadora (Amapola)