terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Heroísmo.


HEROÍSMO

Eu temo muito o mar, o mar enorme,
Solene, enraivecido, turbulento,
Erguido em vagalhões, rugindo ao vento;
O mar sublime, o mar que nunca dorme.

Eu temo o largo mar, rebelde, informe,
De vítimas famélico, sedento,
Eu creio ouvir em cada seu lamento
Os ruídos dum túmulo disforme.

Contudo, num barquinho transparente,
No ser dorso feroz vou blasonar,
Tufada a vela e nágua quase assente,

E ouvindo muito ao perto o seu bramar,
Eu rindo, sem cuidados, simplesmente,
Escarro, com desdém, no grande mar!

Cesário Verde


José Joaquim Cesário Verde (Lisboa, 25 de Fevereiro de 1855 — Lumiar, 19 de Julho de 1886) foi um poeta português, sendo considerado um dos precursores da poesia que seria feita em Portugal no século XX.

Filho do lavrador e comerciante José Anastácio Verde e de Maria da Piedade dos Santos Verde, Cesário matriculou-se no Curso Superior de Letras em 1873, mas apenas o frequentou alguns meses. Ali conheceu Silva Pinto, que ficou seu amigo para o resto da vida. Dividia-se entre a produção de poesias (publicadas em jornais) e as actividades de comerciante herdadas do pai.

Em 1877 começou a ter sintomas de tuberculose, doença que já lhe tirara o irmão e a irmã. Estas mortes inspiraram contudo um de seus principais poemas, Nós (1884).

Tenta curar-se da tuberculose, mas sem sucesso, vem a falecer no dia 19 de Julho de 1886. No ano seguinte Silva Pinto organiza O Livro de Cesário Verde, compilação da sua poesia publicada em 1901.

No seu estilo delicado, Cesário empregou técnicas impressionistas, com extrema sensibilidade ao retratar a Cidade e o Campo, que são os seus cenários predilectos. Evitou o lirismo tradicional, expressando-se de uma forma mais natural.

Fonte: Wikipédia.

9 comentários:

Anônimo disse...

ESCRITO CON IDENTIDAD PROPIA.
UN ABRAZO

Everson Russo disse...

Um culto a beleza e imensidão do mar,,,belissimo,,,abraços de bom dia pra ti amigo...

Carla Fernanda disse...

Bom dia Rosemildo!
O mar devemos temer e respeitar como todas as coisas criadas por Deus.
Beijos,
Carla Fernanda

Anne Lieri disse...

Furtado,que bela escolha esse soneto!O mar realmente mete medo quando está bravio!Bjs,

Anônimo disse...

Oi amigo...

Lindo o poema...

O QUE ME IMPRESSIONA SÃO AS MORTES PREMATURAS....ACHO TRISTE...

bjos e meu carinho!


Zil

Rosane Marega disse...

Amo o mar!
Tenho muito medo dele.
Mas, que é lindo e perfeito É.
Beijosssssssssss

Magia da Inês disse...

Oi, amigo!
Se o mar é desafio, também é poesia...

"O amor é grande e cabe nesta janela sobre o mar."
Carlos Drummond de Andrade

.♫♫° ·.
•♫♫•.¸ღ¸.•♫♫•.¸
°º♫ Beijos de Minas

Suzy disse...

Oi, Furtado.
Não conhecia Cesário Verde.
O poema é lindo.
Bjos ;)

Mariana disse...

Eu adoro o mar, mas o respeito muito, sei do seu poder e perigo.