terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Soneto.


SONETO

Tordilhos, alazãos, cavalos baios
neste campo de mar nos são de espanto,
que é rosa a rosa, canto apenas canto,
e os cavalos são rendas, contemplai-os.

Jazem despertos, lúcidos lacaios
de vestes vagas cuidam no entretanto
do seu possível sono a bem de manto
para que os não de ventos e de raios.

Há cavalos vermelhos, mas não esses
porquanto quase azuis. Se os conhecesses
não teria o meu reino e os meus cavalos.

Que ao fim seriam teus, que és feita em bruma,
esses que são de mim corcéio de espuma
de quem só sabe azul no contemplá-los

Edmir Domingues


Edmir Domingues, poeta, advogado, nascido em Recife a 8 de junho de 1927. Nascido de uma família pobre, sua infância, vivida em ambiente urbano, marcou-se mais de invenções do que de realidades. (...) Bom desenhista, financiou grande parte de seus estudos - estudante pobre que era - com o dinheiro que ganhava fazendo ilustrações para revistas, gráficos de produção para indústrias e slides para propaganda em cinema.

Em 1946 entrou para a Faculdade de Direito do Recife, tendo como colegas os teatrólogos Ariano Suassuna e Hermilo Borba Filho, o romancista e pintor Gastão de Holanda (...)

Em 1958, juntamente com outros intelectuais pernambucanos, fundou a seção pernambucana da União Brasileira de Escritores - UBE, onde compôs a primeira diretoria, juntamente com Paulo Cavalcanti, Carlos Moreira, Carlos Pena Filho, Audálio Alves, Cézario de Melo, Renato Carneiro Campos, César Leal, Lucilo Varejão Filho, Olimpio Bonald Neto, José Gonçalves de Oliveira, Jefferson Ferreira Lima, Clóvis Melo e Abelardo da Hora.

Obras: A Rua do Vento Norte. Recife: Editorial Sagitário, 1952; Corcel de espuma. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1960; Cidade Submersa e outros poemas. Recife: Companhia Editora de Pernambuco, 1972; O domador de palavras. Rio de Janeiro: Edições Tempo Brasileiro Ltda, 1987; Universo Fechado ou O Construtor de Catedrais. Recife: Edições Bagaço, 1996. Lusbelino. Recife: Edições Bagaço, 1996.

Fonte: Wikipédia

11 comentários:

Unknown disse...

Um Poeta, quando fala às estrelas
Elas atenciosamente escutam.
Não questionam e jamais refutam
O que o poeta tem para dizê-las.

Jenário de Fatima

Beijos & Flores! Feliz Semana!M@ria

chica disse...

Mais um lindo soneto, bem escolhido aqui...abraços,chica

Everson Russo disse...

Belissimo soneto meu amigo,,,abraços de bom dia pra ti .

Rosane Marega disse...

Lindo Rosemildo!!!
Beijosssssss

Anônimo disse...

Oi amigo...

O nosso pais é rico em grandes escritores...romancistas...poetas...músicos...compositores....artitas...

Essa terra é um berço esplendido!


bjos!!!!


Zil

Anônimo disse...

LOS CABALLOS SON SINÓNIMOS DE LIBERTAD.
UN ABRAZO

Magia da Inês disse...

Olá, amigo!
Tão lindo que parece um sonho...
Boa semana!
Beijinhos.
Brasil.♥°º
°º♫° ·.
.•♥•

Valéria lima disse...

Soneto belíssimo, suas escolhas sempre agradando.

BeijooO*

Zélia Guardiano disse...

Linda postagem, Rosemildo!
Você deixa transparecer, perfeitamente, o carinho com que seleciona esses tesouros para nós e, por isso, sou-lhe muito agradecida!
Abraço forte, amigo!

Ira Buscacio disse...

Furtado, querido,

Mais um post de qualidade poética. Suas escolhas são sempre certeiras.
Bjs e linda semana

AFRICA EM POESIA disse...

FURTADO
Adorei ver-te aqui
Tinha problemas em entrar no teu blog mas agora como googleChrome já é Fácil...


A Nossa Ria é de beleza única

Gosto muito de a cantar...


beijos