sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Morrer... Dormir...


MORRER... DORMIR...

Morrer .. dormir .. não mais! Termina a vida
E com ela terminam nossas dores:
Um punhado de terra, algumas flores,
E às vezes uma lágrima fingida!

Sim! minha morte não será sentida;
Não deixo amigos, e nem tive amores!
Ou, se os tive, mostraram-se traidores,
Algozes vis de uma alma consumida.

Tudo é podre no mundo. Que me importa
Que ele amanhã se esb'roe e que desabe,
Se a natureza para mim é morta!

É tempo já que o meu exílio acabe,
Vem, pois, ó Morte, ao Nada me transporta!
Morrer... dormir... talvez sonhar... quem sabe?

Francisco Otaviano


Francisco Otaviano de Almeida Rosa, advogado, jornalista, político, diplomata e poeta, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 26 de junho de 1825, e faleceu na mesma cidade em 28 de junho de 1884. É o patrono da Cadeira n. 13, por escolha do fundador Visconde de Taunay.

Era filho do Dr. Otaviano Maria da Rosa, médico, e de Joana Maria da Rosa. Fez os primeiros estudos no colégio do professor Manuel Maria Cabral, e no decorrer da vida escolar dedicou-se principalmente às línguas, à história, à geografia e à filosofia. Matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo em 1841, na qual se bacharelou em 1845. Regressou ao Rio, onde principiou a vida profissional na advocacia e no jornalismo, nos jornais Sentinela da Monarquia, Gazeta Oficial do Império do Brasil (1846-48), da qual se tornou diretor em 1847, Jornal do Commercio (1851-54) e Correio Mercantil. Foi eleito secretário do Instituto da Ordem dos Advogados, cargo que exerceu por nove anos; deputado geral (1852) e senador (1867). Como jornalista, empenhou-se com entusiasmo nas campanhas do Partido Liberal e tomou parte preponderante na elaboração da Lei do Ventre Livre, em 1871. Já participara da elaboração do Tratado da Tríplice Aliança, em 1865, quando foi convidado por Olinda para ocupar a pasta dos Negócios Estrangeiros, mas não a aceitou, ficando em seu lugar Saraiva. Por ocasião da Guerra do Paraguai, foi enviado ao Uruguai e à Argentina, substituindo o Conselheiro Paranhos na Missão do Rio da Prata. A ele coube negociar e assinar, em Buenos Aires, em 1o de maio de 1865, o Tratado de Aliança ofensiva e defensiva entre o Brasil, a Argentina e o Uruguai, no combate comum a Solano Lopez, do Paraguai. Recebeu o título do Conselho do Imperador e do Conselho Diretor da Instrução Pública. Como jornalista, empenhou-se com entusiasmo nas campanhas do Partido Liberal e tomou parte preponderante na elaboração da Lei do Ventre Livre, em 1871.

Poeta desde menino, não se dedicou suficientemente à literatura. Ele mesmo exprimiu com frequência a tristeza de haver sido arrebatado à poesia pela política, por ele chamada de "Messalina impura", num epíteto famoso.

Apesar da carreira fácil, respeitável e brilhante, cultivou sempre a nostalgia das letras. Sua obra poética representa uma espécie de inspiração do homem médio, mas não banal, o que lhe dá, do ponto de vista psicológico, uma comunicabilidade aumentada pela transparência do verso, leve e corredio. Em torno do eixo central de sua personalidade literária se organizam as tendências comuns do tempo, num verso quase sempre harmonioso e bem cuidado.

Fonte: http://www.revista.agulha.nom.br/

11 comentários:

Anônimo disse...

Oi amigo...

Que linda a poesia dele....

e que história de vida heim???

"Morrer... dormir... talvez sonhar... quem sabe?"

Amei!

bjos!!!

Zil

Valéria lima disse...

Que triste poema, mais não deixa de ser belo.

BeijooO'

Rosane Marega disse...

Nossa, que triste, tão sem esperanças...mas lindo!
Beijosssssssss

Everson Russo disse...

Poesia serena,,,um descansar da vida...da alma,,uma despedida de tudo...abraços de bom final de semana pra ti.

Ira Buscacio disse...

Furtado, querido.

Adoro o lado sombrio dos poetas! Grande Francisco Otaviano! Nome de rua em Copacabana. rsrsrs
Lindo fds e um grande bj

Magia da Inês disse...

Olá, amigo!
É lindo o poema... mas eu prefiro sonhar viva mesmo...
Bom fim de semana!
Beijinhos
Minas.
•♥•..•♥•.¸

Sandra Gonçalves disse...

Se a morte é um sono profundo...Porque não sonhar com a vida?
Bjos achocolatados e um lindo final de semana pra ti

Flor de Lótus disse...

OI,Rosemildo!Lindos e tristes versos.As vezes fico pensando sobre isso, se eu morrer, será que alguém sentirá relamente a minha falta, será que eu fiz a diferença na vida de alguém, essas repostas só o tempo dará...
Um ótimo final de semana!
Beijosss

Maria Rodrigues disse...

Um poema nostálgico, triste mas lindo.
Tenha uma semana maravilhosa
beijinhos
Maria

vieira calado disse...

Olá boa noite!

É a 1ª vez que aqui venho e achei o seu blo interessante e variado.

Saudações poéticas

Anônimo disse...

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