quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Regresso dos contratados.


REGRESSO DOS CONTRATADOS

Bandeiras sem cores
Tremulam ao vento...

Passa o camião
onde vozes cantam.
São homens que voltam.

E o sonoro canto
vai longe... longe
às cubatas sós
onde mães esperam.

Bandeiras desejos
Tremulam ao vento...

E as vozes deixam
na esteira dura
com o pó da estrada
cantos de renúncia.

E tremulando sempre
Bandeiras sem cores
Agitam desejos.

Nas sanzalas
Nascem vagidos novos!

Arnaldo dos Santos


Arnaldo Santos é natural de Luanda onde nasceu em 1935. Fez os estudos primários e secundários em Luanda. Na década de 50 integrou o chamado "grupo da Cultura". Colaborou em várias publicações periódicas luandenses entre as quais a revista Cultura, o Jornal de Angola (da década de 60), ABC, Mensagem da Casa dos Estudantes do Império. É membro fundador da UEA. Passou a infância e a adolescência no bairro do Kinaxixi, topónimo que ocupa um lugar privilegiado na sua produção narrativa. Aos vinte anos de idade publicou a sua primeira colectânea de contos Quinaxixi. Com o livro de crónicas Tempo do Munhungo, arrebatou em 1968 o Prémio Mota Veiga, um dos poucos atribuídos em Luanda, na década de 60 e 70. Arnaldo Santos é um autor que se situa num nível singular de tratamento da linguagem. É um preciosista na depuração do texto narrativo curto e de todos os seus recursos e elementos. Daí que a sua ficção narrativa não tenha conhecido até à década de 90, variações para além do conto (Kinaxixi), crónica (Tempo do Munhungo) e novela (A Boneca de Quilengues). No dizer de Jorge Macedo, ele usa " lexias-kimbundo no interior de um português de luzidia correcção". O seu nome é uma referência incontornável, associada àquele minimalismo narrativo que, nas gerações seguintes, encontraremos em Boaventura Cardoso. É um dos poucos narradores que evidencia elevado sentido de rigor na selecção dos tipos de personagens. Na sua obra inicial, reconhecemos traços caracteriais de uma perfeita articulação da psicologia das personagens a esse espaço urbano de Luanda que obedece à lógica e história predominantemente autóctones.

Fonte: www.nexus.ao/kandjimbo 

12 comentários:

Anônimo disse...

siempre es un gusto visitar tu espacio.
un abrazo

chica disse...

Mais uma poesia linda e bem escolhida e ainda, acompanhada da bografia do autor. Legal!abraços,chica

Valéria lima disse...

Não tenho do que comentar. Não gosto quando uma poesia me tira as palavras.

BeijooO*

Andreza disse...

Quaridso...agradeço seu carinho...
voltando mas com calma...
bjks doce ♥

Henrique dias disse...

Que legal amigo smpre postando coisas interessantes, adoro estar por aqui, boa semana pra vc.

Henrique dias disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Everson Russo disse...

Belissimo poema meu amigo,,,um forte abraço de bom dia pra ti.

Rosane Marega disse...

Por um momento sai de mim...
Beijosssssssssssssss

Wanderley Elian Lima disse...

Olá amigo
Poema e imagem se casam perfeitamente. Amei.
Abração

Unknown disse...

Volta para casa,
sempre o anseio,
de entre seios,
nos manter acalorados...

Lindo poema meu amigo
Noite de paz pra ti e os teus

Bjs

livinha

Lu Nogfer disse...

Ola querido amigo

Vim lhe ver e me desculpar pela ausencia!Logo eu que gosto tanto de comentar mas no momento,to mesmo sem palavras.Acho que sem forças ainda!
Meu coraçao esta com um corte enorme e nao sei qdo vai cicatrizar.As coisas da vida as vezes nos massacram,ainda bem que temos Deus pra nos socorrer e o apoio dos amigos,claro!
Obrigada por suas palavras de força!

Lindo texto como sempre!!

Beijos

Luci disse...

Furtado,tava ja com sds daqui e de suas belas escolhas poeticas.
Muito lindo o poema.


abracos...