sábado, 10 de julho de 2010

Quando eu morrer...

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QUANDO EU MORRER

Não quero! Tenho horror que a sepultura
mude em vermes meu corpo enregelado.
Se no fogo viveu minha alma pura,
quero, morto, meu corpo calcinado.

Depois de ser em cinzas transformado,
lancem-me ao vento, ao seio da natura...
Quero viver no espaço ilimitado,
no mar, na terra, na celeste altura.

E talvez no teu seio, ó virgem linda,
tão branco como o seio da virtude,
eu, feito em cinzas, me introduza ainda.

E no teu coração, pequeno e forte,
(ó gozo triste!) viva eu na morte,
já que na vida lá viver não pude!

 Costa Alegre


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Caetano da Costa Alegre foi um poeta lusófono, nascido no seio de uma família crioula cabo-verdiana, na então colônia portuguesa de São Tomé, no dia 26 de abril de 1864.

Em 1882 se muda para Portugal, e frequenta as aulas de uma escola de medicina em Lisboa, para formar-se como médico naval, porém morre de tuberculose antes de poder cumprir tal objetivo, no dia 18 de abril de 1890.

Em 1916, seu antigo amigo, o jornalista Cruz Magalhães, publicou a poesia escrita por Costa Alegre durante seus oito anos de estadia em Portugal. A obra, escrita em estilo romântico, popular na época, foi um êxito imediato pela forma em que celebra suas origens africanas, a expressão de nostalgia do estilo de vida de São Tomé, e a descrição do sentimento de alienação em que se encontrava sua raça.

Costa Alegre expressa sua tristeza depois de ser recusado por uma mulher branca devido à cor da sua pele, em uma das primeiras tentativas de um poeta africano de lidar com os assuntos raciais.

Apesar de um estilo diferente do europeu, os temas da obra de Costa Alegre convertem-no em um precursor dos escritores e poetas africanos posteriores, que trataram do tema racial, a alienação, as recordações nostálgicas do passado (neste caso, suas reminiscências de São Tomé).

Tinha grande desgosto em ser preto. Escreveu um livro, “Versos” numa edição de apenas 500 volumes numerados, destinando o seu produto à "Caixa de Socorros a Estudantes Pobres".


Fonte: Wikipédia

16 comentários:

Valéria lima disse...

Poxa, maravilhoso esse poeta.
Eu mudei de endereço, agora estou nessa:

http://rasurassobreviventes.blogspot.com/

Te aguardo lá.
BeijooO*

Sonia Parmigiano disse...

Furtado,

Nossa..que história!!Eu não temo a morte...às vezes, eu temo a vida!

Bela postagem!!

Um beijo....

Reggina Moon

Pena disse...

Admirável e Genial Amigo:
Um nome enorme da poesia a reter:
Caetano da Costa Alegre.
Que perfeita homenagem num ser humano fabuloso que você é.
Parabéns.
Já sumariei.
Abraço cordial e sincero pela extraordinária magia de deslumbre que concebe.
Sempre a admirá-lo.
Abraço amigo forte de um gigante respeito e consideração pela beleza e pureza que vai no que faz e que faz com perfeição.

pena

Bem-Haja, pela sua amizade que é recíproca.
MUITO OBRIGADO pelo que expressou no meu blogue que adorei.
De novo: MUITO OBRIGADO, amigo celestial e puro.
É fantástico.

Mariana disse...

Hey.. Olá!
Não precisa pedir perdão pela visita... Eu quem devo fazer isto, afinal, tenho estado ausente em muitos blogs, inclusive ao qual eu tenho um apreço especial.
Obrigada por ter comentado, por ter exposto o que pensa a respeito do que escrevo, eu gosto.
Tenho estado "fora" de algumas partes de mim, os dias têm sido difíceis... Mas estou sempre por perto mesmo que não comente, acredite.

Um grande abraço e um final de semana maravilhoso.

Mariana Silveira

Everson Russo disse...

Belos versos,,,talvez eu diria tambem,,,quando eu morrer quero a paz que por aqui nunca encontrei....abraços fraternos de bom sabado pra ti.

Helô Müller disse...

Gosto muito de conhecer Poetas cuja obra, desconheço! E vc sempre está nos agraciando com isto...
Esta, em especial, fala da morte e de forma poética, gostei! Por vezes, um amor não correspondido pode, até, levar-nos a pensar em morrer!! É mole?! rs
Beijos vivinhos da silva!!
Helô

✿ Regiane ✿ disse...

Muito bom conhecer mais um poeta.
Mas, confesso que não gosto de falar nem pensar na morte.
Quero viver muito ainda.
A vida é bela!
Tenha um lindo fim de semana.
Com carinho, Lady.

Wanderley Elian Lima disse...

Maravilha. De um jeito ou de outros, o que lhe interessava era estar com a amada.
Grande abraço

Anônimo disse...

Furtado que beleza de poema!Vc sempre nos traz poesias e poetas maravilhosos!Quando eu morrer tb quero minhas cinzas livres como minha alma!Abraços,

Anônimo disse...

Voltei...seu blog está muito bonito reformulado!Abraços,

Sandra Gonçalves disse...

A paz que a morte trás eu não quero mais...jamais...
Vim buscar minha porção de cultura, já que sou "burra" de acordo com alguem que comentou em meu blog e me agrediu e aos meus seguidores. Passa lá e verá.
Bjos achocolatados

Andri Alba disse...

Interesantísimo haber aprendido algo sobre este poeta Costa Alegre, que nos compartes en este post. Muchas gracias por la nota informativa y por el hermoso poema, Furtado.

Un abrazo muy fuerte por estar presente.

Andri

Valéria lima disse...

Oi amigo Furtado, vou ficar só no novo blog 'RASURAS', o outro vou desativar. Obrigada pelo seu carinho.

BeijooO

Unknown disse...

"E que a minha loucura seja perdoada. Porque metade de mim é amor, e a outra metade... também."

Oswaldo Montenegro


Beijos & Flores no seu Domingo ... M@ria

Unknown disse...

O amor a natureza, tão belo, tão fugaz,
lamentando a dor de não mais vive-la.
Que assim torne-se sua morte passageira, nas cinzas esparramada por ela inteira, no seio que viveu e que assim, não dará adeus...

Lindo e profundo meu amigo
Amei!!!

Lindo Domingo pra ti
Bjs
Livinha

Dino Calei disse...

venho buscar forças para escrever, bom domigo