quarta-feira, 7 de julho de 2010

Aquela Negra

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AQUELA NEGRA

De enxada em punho,
Lutando pela minha fome;
Aquela negra que jorra suores na minha sede
E que vai de lenha na cabeça
Porque o frio me consome;
Aquela negra
Pobre, sem nada,
Que vende os panos para me vestir;
Que chora nas ruas o meu nome;
Aquela negra é minha mãe.

Jorge Macedo

http://imgs.sapo.pt/jornaldeangola/img/thumb2/20100226124935macedo.jpg


Jorge Mendes Macedo nasceu na cidade de Malanje em 1941. A primeira actividade profissional que desenvolveu foi a de regente escolar, tendo ingressado em seguida na carreira administrativa. Após a independência ocupou vários cargos de responsabilidade entre os quais os de Director Nacional de Arte e Director Nacional da Escola de Música. Fez os estudos primários e secundários em Malanje. Educado nos seminários, frequentou os seminários Menor e Maior de Luanda até ao curso de Filosofia. Formou-se em etnomusicologia pela Universidade de Kinshasa. Reside actualmente em Lisboa onde exerce a actividade de jornalista, dirigindo a Revista Afro-Letras da Casa de Angola em Portugal.

Este autor pode ser considerado como sendo um dos raros poetas e ficcionistas que, pela estreia precoce à semelhança de Mário António, assinala com a sua obra a transição de gerações, neste caso da geração de 60 a de 70. E pode tal facto estar na origem da sua propensão para o exercício dos vários géneros literários e associações a outras manifestações artísticas. Acabou por ser igualmente colhido pelo desencanto que longe da pátria se agrava, quando sente o país dilacerado pela guerra. É este > o tema do seu último livro de poesia, O Livro das Batalhas. Iniciou a sua vida literária em 1957 com a publicação do livro de poesia Tetembu. Em seguida vieram, As mulheres (poesia, 1970), Pai Ramos (poesia, 1971), Irmã Humanidade (poesia, 1973), Gente do meu bairro (ficção narrativa, 1977), Clima do Povo (poesia, 1977), Voz de Tambarino (1978), Geografia da Coragem (romance, 1980) Página do Prado (1989), Literatura Angolana e Texto Literário (ensaio, 1989), Poéticas na Literatura Angolana (ensaio, 1989) Sobre o Ngola Ritmos (ensaio, 1989) O Livro das Batalhas (1993), O Menino com olhos de bimba (contos de literatura infantil, 1999).

Jorge Mendes faleceu em Luanda no dia 26 de setembro de 2009.

Fonte: www.nexus.ao

10 comentários:

ONG ALERTA disse...

Aquela negra é força e coragem , lindo.
Beijo Lisette.

Elaine Barnes disse...

Mãe tem muita força,mas, as vezes,raras vezes se dá um momento de fragilidade. Lindo e triste amigo. Montão de bjs e abraços

Valéria lima disse...

Mãe é tido isso e muito mais.

BeijooO*

Marina-Emer disse...

gracias por tu visita y tus bonitas palabras a mi poesia...tu relato todo no loentendi lastima ya que es muy interesante
abrazos
Marina

Unknown disse...

Mães, palavra que se define, na perfeita harmonia da vida
que importa-lhes a cor, quando o coração bombeia o líquido da vida, da púrpura rosa, exalando amor.
Aquela negra, aquela branca, aquela mulher, que perfaz a andança, surrada travessia no suor do perfume, a labuta. É uma mãe que justifica a existência, uma Maria que entre braços, braçadas e abraços dignifica-se como obreira do Senhor...

Meu amigo, perdoe o silêncio. Tenho estado deveras ocupada como anfitriã que sou, ao atendimento de parentelas em minha casa.
Sinto saudades daqui, mas mto breve estarei de volta.

Um grande abraço

Livinha

Sandra Gonçalves disse...

As vezes queremos colo tbem...
Bjos achocolatados

Felina Mulher disse...

Que reconhecimento maravilhoso....so o amor de mãe é capaz disso.


Um beijo pra ti anjo querido.

Anônimo disse...

bellisimo texto, muy sentido.
un abrazo

Wanderley Elian Lima disse...

E elas, as mães, são capazes de tudo por seus filhos.
Abração

Mara disse...

Boa noite amigo Rosemildo!
Bela escolha, gostei muito.


Os espelhos são usados para ver o rosto; a arte para ver a alma.

(George Bernard Shaw)

Bjs