quinta-feira, 29 de abril de 2010

Versos difíceis.

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VERSOS DIFÍCEIS

Faço e desfaço... A Idéia mal domada
o cárcere da Forma foge e evita.
Breve, na folha tanta vez riscada
palavra alguma caberá escrita...

E terás tu, ó minha doce amada,
o decisivo nome da bendita
companheira formosa e delicada
a quem minh’alma tanto busca, aflita?

Não sei... Há muito a febre me consome
de achar a Forma e conhecer o nome
da que a meus dias reservou o fado.

E hei de ver, quando saiba, triunfante,
o verso bom, a verdadeira amante,
- a folha: cheia, - o coração: cansado!

Medeiros e Albuquerque.

http://www.biblio.com.br/conteudo/biografias/medeirosealbuquerque.gif

José Joaquim de Campos da Costa de Medeiros e Albuquerque, jornalista, professor, político, contista, poeta, orador, romancista, teatrólogo, ensaísta e memorialista, nasceu em Recife, PE, em 04 de setembro de 1867, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 09 de junho de 1934. Em 1896 e 1897, compareceu às sessões preliminares de instalação da Academia Brasileira de Letras. É o fundador da Cadeira n. 22, que tem como patrono José Bonifácio, o Moço.

Era filho do Dr. José Joaquim de Campos de Medeiros e Albuquerque. Depois de aprender as primeiras letras com sua mãe, cursou o Colégio Pedro II. Em 1880, acompanhou o pai em viagem para a Europa. Em Lisboa, foi matriculado na Escola Acadêmica, e ali permaneceu até 1884. De volta ao Rio de Janeiro, fez um curso de História Natural com Emílio Goeldi e foi aluno particular de Sílvio Romero. Trabalhou inicialmente como professor primário adjunto, entrando em contato com os escritores e poetas da época, como Paula Ney e Pardal Mallet. Estreou na literatura em 1889 com os livros de poesia "Pecados e Canções da decadência", em que revelou conhecimento da estética simbolista, como testemunha a sua “Proclamação decadente”.

Em 1888 colaborou no jornal Novidades, ao lado de Alcindo Guanabara. Embora tivesse entusiasmo pela idéia abolicionista, não tomou parte na propaganda. Fazia parte do grupo republicano nas vésperas da proclamação da República, foi a São Paulo em missão junto a Glicério e Campos Sales. Com a vitória da República, foi nomeado, pelo ministro Aristides Lobo, secretário do Ministério do Interior e, em 1892, por Benjamin Constant, vice-diretor do Ginásio Nacional. Foi professor da Escola de Belas Artes (desde 1890), vogal e presidente do Conservatório Dramático (1890-1892) e professor das escolas de 2o grau (1890-1897). É o autor da letra do Hino da República.

Simultaneamente às atividades de funcionário público, exercia as de jornalista. Durante o período florianista, dirigiu O Fígaro. Foi nesse jornal que teve ocasião de denunciar a deposição que se tramava em Pernambuco do governador Barbosa Lima. Em 1894, foi eleito deputado federal por Pernambuco. Medeiros estreou na Câmara conseguindo a votação para lei dos direitos autorais.

Em 1897, foi nomeado diretor geral da Instrução Pública do Distrito Federal. Estando na oposição a Prudente de Moraes, foi forçado a pedir asilo à Embaixada do Chile. Demitido do cargo, foi aos tribunais defender seus direitos e obteve a reintegração.

Voltou também à Câmara dos deputados, formando nas fileiras de oposição a Hermes da Fonseca. Durante o quatriênio militar (1912-1916), foi viver em Paris. De volta ao Brasil, defendeu a entrada do Brasil na 1ª guerra mundial na Europa, em campanha que contribuiu para o rompimento de relações do Brasil com a Alemanha. Ocupou a Secretaria Geral da ABL de 1899 a 1917. Foi autor da primeira reforma ortográfica ali promovida em 1902.

Fonte: Academia Brasileira de Letras.

15 comentários:

Helô Müller disse...

Os poetas, às vezes, tb ficam sem palavras!
Beijos, amigo!!
Helô

Unknown disse...

Bom dia!

"a única verdade é que vivo.
Sinceramente, eu vivo.
Quem sou?
Bem, isso já é demais...."

Clarice Lispector

Beijos meus.......M@ria

Anônimo disse...

es un verdadero gusto venir hasta este sitio y leer verdaderas obras literarias.
un abrazo

Wanderley Elian Lima disse...

Olá meu amigo
O poeta é como o brasileiro, não desiste nunca. Adorei o poema.
Não se preocupe, seu blog está na relação dos preferidos, mas pra vc ficar alegrinho (rsrsrsr), ele já está no rol das outras estações.
Grande abraço

Everson Russo disse...

Dos mais simples aos mais dificeis,,,todos os versos são complicados,,,eles tentam exprimir a nossa alma,,,,,abraços amigo e um dia de paz do Senhor Jesus.

Laura disse...

Geralmente é assim que os poetas se sentem de verdade - as folhas cheia, o coração cansado.
Bjs!

Anônimo disse...

FELICIDADE

És precária e veloz.
Felicidade
Custas a vir e quando vens,
Não te demoras,
Foste tu
Que ensinaste aos homens
Que havia tempo
E, para te medir,
Se inventaram as horas


Cecília Meireles

Beijos poéticos prá ti neste dia!! M@ria

Unknown disse...

Por tanto sentimento, achamos não existir palavra mais linda que possa dignificar aquele a quem amamos...
haverá palavra mais linda do que o nome santo?
Quisera pudessemos fazer tal comparação,
mas quem somos para encontrar
tamanha definição
que possa bem definir esse nome que sequer sabemos qual tanto veneramos e nos cobre tanto, tanto de emoção...

O amor é lindo meu amigo
e quem nele vive, dar-se o impossível do esquecimento..

Bjs e
Paz em teu coração
Livinha
=)

Graça Pereira disse...

Meu Amigo
Não é fácil estruturar um bom soneto e nem todos os poetas enveredam por este caminho algo dificil mas... Medeiros e Albuquerque, surpreendeu-me e maravilhou-me!
Coloco-o na fila de uma Flobela Espanca, Bocage e até do próprio Luis de Camões.
Não podemos esquecer também o seu vasto e brilhante currículo. Muitos me dirão que não é o mais importante!
Talvez...mas ajuda!
Gostei muito deste post e de conhecer mais sobre as grandes figuras brasileiras.
Beijão e um bom fds.
Graça

Felina Mulher disse...

E assim seguimos rabiscando até encontrarmos os versos certos que nos dilaceram o coração.


Um beijo querido amigo.

mundo azul disse...

__________________________________


...muito bonito! Obrigada, por partilhar tão bela poesia...


Beijos de luz e o meu carinho!

___________________________________

"Cantinho Poético" disse...

Na minha memória, tão congestionada e no meu coração tão cheio de marcas e poços você ocupa um dos lugares mais bonitos".

(Caio Fernando Abreu)


Agradeço sua amizade e seu carinho....M@ria

Lili Laranjo disse...

o silêncio deve ser escutado...sempre


um beijo


SILÊNCIO


É noite
Noite escura
Tudo dorme
Tranquilamente...
E eu?
Neste silêncio
Escuto...
Escuto o quê?
Não sei...
Escuto a tua voz
Que baixinho...
Me diz ao ouvido...
É noite, tudo dorme...
Mas eu estou aqui...
Para ficar contigo!...

LILI LARANJO

Amar sem sofrer na Adolescência disse...

Belíssimos poemas! Parabéns, Rosemildo, pela iniciativa. Além de nos mostrar belos poemas, nos ensina sobre autores. Poesia é sempre poesia, em qualquer século, a beleza não se perde com o passar dos anos.
Um grande beijo, amigo.

Valéria lima disse...

Hermético hein?!

BeijooO'