sábado, 9 de janeiro de 2010

O beijo da morta.

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O BEIJO DA MORTA

Cresce a invernosa noite, um frio intenso
morde-me as carnes: – lívido, gelado,
no leito me ergo... e escuto o desolado
uivo do Inverno, atroz, convulso, imenso...

Tento dormir. Em vão! Escuto e penso.
Penso na eterna Ausente... Ah! se a meu lado
ela estivesse! um beijo perfumado!
um só! me fora ardente e ideal incenso...

Abre-se então de leve a minha porta:
é Ela! Entrou. Na palidez da morta
uma aurora de beijos irradia:

caminha... chega e diz-me num segredo:
“Une teu rosto ao meu, não tenhas medo:
venho aquecer-te: – a noite está tão fria!”

Luís Guimarães Júnior.

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Nasceu Luís Caetano Pereira Guimarães Júnior no Rio de Janeiro, em 17 de fevereiro de 1845. Estudou Direito em São Paulo e no Recife, por onde se diplomou em 1869. Exerceu o jornalismo e ingressou na diplomacia em 1872, indo servir no Chile como adido de 1ª classe à Legação do Brasil; na carreira, esteve na Inglaterra (1873), Santa Sé (1876), Portugal (1881), Venezuela, onde se aposentou em 1894, como Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário. Fundador da Academia Brasileira; faleceu em Lisboa, em 20 de maio de 1898.

Fonte: “Poesia Parnasiana” Antologia – Edições Melhoramentos – 1967.

8 comentários:

Unknown disse...

Bem que posso te assegurar
que beijo é esse, dos mortos imortais, embora sem aviso, conversas mais, mas não é frio,
tão ardente como fora tal...

Lindo poema...

Qto a tua pergunta, sim ela desapareceu, estranhei, sem aviso. No começo passou a controlar os comentários, depois silenciou de vez...
Acredito que tenha se apaixonado por um amigo nosso que apenas suspeito..
mas deixa pra lá...
a vida é mesmo assim, cada um é de um jeito...

Lindo Domingo pra ti
Bjss

Felina Mulher disse...

Belo poema!
Creio que foi a saudade que se materializou em um beijo.


Deixo-te um beijo, mas não gelado, e sim cheio de carinho...quentinho!
Bom Domingo meu anjo!

Helô Müller disse...

Poema triste, intenso, verdadeiro e ao mesmo tempo belo!
Um domingo de paz e alegria pra ti!
Beijos meus!
Helô

chica disse...

Lindo e triste poema! Bela escolha, mais uma vez!abraços,lindo domingo,chica

Pena disse...

Admirável Amigo:
Um belo poema numa excelente escolha do seu harmonioso e perfeito versejar seleccionado com o seu puro brilhantismo.
Li. Gostei imenso.
Foge ao normal poético.
Abraço de estima, amizade e respeito.
Sempre a admirá-lo pela imensa significação e, pelo que faz, que faz com GIGANTISMO pleno de agradabilidade e beleza.

pena

MUITO OBRIGADO pela simpatia expressa no meu blogue.
Bem-Haja, sensível amigo poeta extraordinário.

AFRICA EM POESIA disse...

Rosemildo
brindo-te com o meu poema
e digo-te que realmente temos que saber perder para voltarmos a tentar ganhar...a vida é assim...


Um beijinho grande para ti meu amigo



RUGIDO

Rugido
Rugido forte
Rugido de Leão...
Leão verde, castanho ou amarelo
Animal...Rei...
Rei da selva...
Rei do Mundo...
Fazes inveja...
Fazes sofrer...
Mas és o nosso símbolo...
Símbolo nobre e corajoso...
E por isso...
Nós sofremos contigo...
Gostamos de ti...
Quando ganhamos...
E quando perdemos...
E no perder...
Ainda te queremos mais...
Pois aí sentimos o carinho...
De te confortar...
De te pagar devagarinho...
E dizer-te baixinho...
Amanhã, vamos ganhar!...

LILI LARANJO

Anônimo disse...

Poema intenso!
Gostei!
bjs.

Tânia Voigt disse...

Olá, meu amigo! Como vai? Espero que as coisas ruins que tinham que acontecer esse ano, já tenham acontecido e que daqui para a frente, todos nós tenhamos muita paz. Assim, desejo um feliz ano novo para ti e para os teus!
Pois é, amigo... eu estava aqui lendo esse poema e pensando em como seria maravilhoso se toda a vez em que sentíssemos saudades dos nossos que já partiram, eles nos pudessem fazer uma visitinha assim, tão amorosa, tão delicada, tão emocionante como essa aqui narrada em versos magníficos, de um poeta extremamente sensível. Foi um prazer imenso vir ao teu cantinho e ser presenteada com uma leitura como a que fiz... Grata! Deixo-te meu carinho e beijos!