quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Feliz Natal.


FELIZ NATAL

FELIZ o ano, felizes os meses e os dias que passei,
Em companhia de todos vocês, amigos e seguidores.
Labutei noite e dia neste espaço, e jamais cansei,
Inventando, criando e, em busca de novos amores,
Zanzando de site em site, muito aprendi e pouco ensinei.

NATAL chegou, e com ele a sonhada esperança,
Aliada ao desejo de ver um mundo mais feliz.
Tendo a certeza de ver estampada no rosto da criança,
A alegria de um sorriso, pois foi o que eu sempre quis,
Lhe desejando vida farta, muito amor e bonança.

E, bem vindo, abençoado e muito,

PRÓSPERO para todos, seja o ano que se aproxima,
Repleto de realizações, saúde e muitas felicidades,
Ó Senhor, é tudo que vos peço e que só me anima.
Somente o amor impere neste mundo de maldades,
Para que a paz reine, pois só ela engrandece e sublima.
E assim, tenhamos um mundo voltado às bondades,
Redimis os homens, elevando-os sempre para cima,
Orientai-os sobre o fim das cruciais desigualdades.

ANO de harmonia e progresso para todos, é o que desejo.
Nada de mal aconteça a ninguém, é o que peço neste ensejo.
Ordem, humildade e solidariedade entre os povos, é o que almejo.

NOVO cenário e novos horizontes se formem entre as nações
Onde o entendimento prevaleça e seja priorizado o bom senso.
Valorizado seja o humano desde o ínfimo, ao mais intenso,
Ordeiros sejam os seres humanos nas mentes e nos corações.

R.S. Furtado.

Meus queridos amigos(as) seguidores(as) e visitantes!

A baboseira acima exposta foi a última postagem efetuada no ano de 2010. Aproveitamos a chegada do Natal para fazer uma pequena pausa destinada a um pequeno e merecido descanso, a fim de concatenar as ideias e recarregar as baterias, prometendo que, se DEUS quiser, retornaremos em janeiro de 2011, quando retribuiremos todas às visitas, pois quem visita, espera ser visitado.

Aproveitamos também, para agradecer a valiosa companhia e compreensão de todos, pois sem essa extraordinária ajuda, jamais chegaríamos aonde chegamos.

Muito obrigado de coração.

Mais uma vez, um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo para todos.

“QUE DEUS SEJA LOUVADO”

Beijos no coração de todos. 

Rosemildo Sales Furtado.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Ondas sambas.


ONDAS SAMBAS


Domingo na praia
Muito sol a brilhar
Teu corpo na areia
Moreno a dourar


Foi lá que eu te vi
Foi lá que te conheci
Foi lá que te paquerei
Foi lá que te namorei


Fiquei marcando bobeira
Debaixo daquele céu
Teu olhar de feiticeira
Me mandou pro beleléu


E Domingo na praia
Sol quente a brilhar
Senti teu corpo moreno
Muito doidão me deixar

Salomão Rovedo


Salomão Rovedo (João Pessoa, Paraíba, 1942 - ) é um obscuro poeta e escritor brasileiro, radicado no Rio de Janeiro, que vem divulgando sua poesia através da Internet. Com formação cultural em São Luis, Maranhão, reside no Rio de Janeiro. Participou de movimentos poéticos Poesia Alternativa, nas décadas 60/70/80, tempos do mimeógrafo, das bancas na Cinelândia, das manifestações em teatros, bares, praias e espaços públicos. Transpôs o romance Macunaíma, de Mário de Andrade, para a forma de Literatura de Cordel. Publicou outros folhetos de cordel com o pseudônimo de Sá de João Pessoa. Editou a folha de poesia Poe/r/ta. Colaboração esparsa em: Poema Convidado (USA), La Bicicleta (Chile), Poética (Uruguai), Jaque (Espanha), Ajedrez 2000 (Espanha), O Imparcial (MA), Jornal do Dia (MA), Jornal do Povo (MA), A Toca do (Meu) Poeta (PB), Jornal de Debates (RJ), Opinião (RJ), O Galo (RN), Jornal do País (RJ), DO Leitura (SP), Diário de Corumbá (MS). Tem e-books para baixa gratis em www.dominiopublico.gov.br e outros sites literários.

Fonte: Wikipédia.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Murmúrios.


MURMÚRIOS

Dizem que são murmúrios os ecos
que chegam do fundo deste mar
São palavras soltas aos ventos
frases melódicas para somar

Murmúrios que escondem feitiços
segredos e estórias por desmontar
São lamentos de cores mestiços
São sombras desenhadas ao luar

No fundo deste mar o silêncio fala
grita e clama como a força das marés
Não longe essa voz alguém embala
Não longe os ecos se escutam no convês

No fundo deste mar há tormentos
Há vontade de um silêncio romper
Querer e vontade não são lamentos
No fundo, este mar esconde um poder!

Waldir Araujo


Waldir Araujo nasceu em 1971, na Guiné-Bissau. Desde muito cedo que mostra interesse pela literatura. Em 1985 vence um prêmio literário no Centro Cultural Português de Bissau que lhe concede a sua primeira viagem a Portugal, onde prosseguiu os estudos. Frequenta o curso de Direito em Lisboa, que acaba por abandonar, para abraçar o Jornalismo. Desde 1996 que é jornalista, exercendo atualmente a profissão na RTP, Rádio e Televisão de Portugal - Canal África.

Em Fevereiro de 2008 publica o seu primeiro livro, uma recolha de contos intitulado "Admirável Diamante Bruto e Outros Contos" que veio apresentar na 27ª Feira de Livro de Brasília. Tem vários textos, prosa e poesia publicadas dispersamente em revistas e jornais literários de Portugal e Brasil.

Fonte: http://www.antoniomiranda.com.br/

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Invenção da pilha elétrica.

Alessandro Volta

INVENÇÃO DA PILHA ELÉTRICA

1782 – É inventada a pilha elétrica. O inventor é Alessandro Volta. Nasceu em Como (Itália) em 18/02/1745, onde faleceu a 05/03/1827. Desde muito moço, sendo professor de Física, dedicou-se a pesquisas sobre eletricidade. Em 1777 seus estudos sobre a natureza dos gases inflamáveis dos pântanos, que produzem os fogos-fátuos, sugeriram-lhe, sucessivamente, a ideia do eudiômetro, da lâmpada perpétua a gás hidrogênio e da pilha elétrica. Em 1779 cria o eletróforo e o condensador, fundando, assim, a teoria da eletricidade. Depois, nomeado para a Universidade de Pávia, dedicou-se à experiência sobre a eletricidade atmosférica. Criou o eletrômetro de palhetas secas. Em 1782, impressionado com a singular observação feita por Galvani dos movimentos excitado em uma rã, pela interposição de um arco metálico em duas partes do seu tronco, fez experiências que o levaram, mediante hábeis indicações, à descoberta da pilha. Napoleão Bonaparte, então primeiro Consul da França, entusiasmado com esse descobrimento, concedeu-lhe uma pensão de 6.000 francos anuais. Conferiu-lhe o título de Conde. Nomeou-o ainda para o cargo de senador do reino da Itália.

Nota: Este trabalho é o resultado de pesquisas realizadas pelo ilustre professor Elias Barreto e publicado pela Enciclopédia das Grandes Invenções e Descobertas, edição de 1967, volume 2, páginas 252/256.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Caixa de ferramentas.


CAIXA DE FERRAMENTAS

Exploro a carga de crueldade
e ternura que cada uma delas
carrega e concentra.
Eis minhas ferramentas:

os diários de Kafka,
os desenhos de Klee,
a sagrada leica de Kertész,
os cahiers de Valéry

a visada irônica de Svevo,
as elipses de Erice
as hipóteses de Murilo,
revelações de Rossellini,

a potência de Picasso,
minérios rancorosos de Drummond
o Más allá de Jorge Guillén
os territórios de Antonioni

as lições da pedra cabralina
o no estar del todo de Cortázar
as idéias de ordem de Stevens
e o alicate da atenção.

Augusto Massi


(São Paulo SP, 1959) cursou Jornalismo na PUC/SP, entre 1979 e 1983. Nos anos seguintes, publicou ensaios, artigos, resenhas e entrevistas nos jornais Folha de S. Paulo, Jornal da Tarde, Jornal da Usp, O Estado de S. Paulo e nas revistas Isto É, Leia Livros, Novos Estudos Cebrap, Nuevas de Espanha e Veja. Seu primeiro livro de poesia, Negativo, foi publicado em 1991. No ano seguinte tornou-se doutor em Literatura Brasileira, pela USP, sob orientação de Alfredo Bosi. Foi professor-assistente de Literatura Brasileira na USP entre 1990 e 1994, período em que também foi membro dos conselhos editoriais das revistas Novos Estudos Cebrap e Nossa América. Colaborou no caderno Mais!, da Folha de S. Paulo, de 1992 a 1994. Segundo a crítica Flora Sussekind há, em Negativo, "uma imaginação tipográfica, uma preocupação com o aspecto material da escrita que parecem orientar a organização global do volume, sua divisão em duas metades cromáticas distintas, a escolha da 'tinta preta', do 'matiz escuro' das letras, das linhas, como um dos motivos centrais deste primeiro livro de Augusto Massi.”.

Fonte: www.astormentas.com

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

"Dar".

"DAR"

“Se adquirires o hábito de dar, terás muito mais probabilidades de receber, pois DEUS estará sempre atento.” 

R.S. Furtado

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

De açucenas e rosas misturadas.


DE AÇUCENAS E ROSAS MISTURADAS

De açucenas e rosas misturadas
não se adornam as vossas faces belas,
nem as formosas tranças são daquelas
que dos raios do sol foram forjadas.

As meninas dos olhos delicadas,
verde, preto ou azul não brilha nelas;
mas o autor soberano das estrelas
nenhumas fez a elas comparadas.

Ah, Jônia, as açucenas e as rosas,
a cor dos olhos e as tranças d'oiro
podem fazer mil Ninfas melindrosas;

Porém quanto é caduco esse tesoiro:
vós, sobre a sorte toda das formosas,
inda ostentais na sábia frente o loiro!

Alvarenga Peixoto


Inácio José de Alvarenga Peixoto nasceu no Rio de Janeiro em 1744. Inicialmente estudou Humanidades no Colégio dos Jesuítas no Rio de Janeiro e, mais tarde, se doutorou em Leis pela Universidade de Coimbra em 1767. No Brasil, exerceu a função de ouvidor no Rio das Mortes, onde conheceu Bárbara Heliodora, com quem se casa. Frequentou Ouro Preto e se tornou amigo de Cláudio Manuel da Costa e Gonzaga. Como proprietário de lavras no sul de Minas, descontentou-se com a "derrama", por isso teria participado da Inconfidência. Criou o lema de Virgílio: Libertas quae sera tamen para a nova república. Foi preso, julgado e desterrado, vindo a morrer de desgosto no presídio, em 1793.

A pequena produção poética de Alvarenga Peixoto é irregular. Atreladas às intenções do Arcadismo. Apresenta traços espalhados de forte nativismo sentimental que, muitas vezes, se mescla com o poder luso, ou seja, concilia desenvolvimento com respeito a um governo forte, déspota. O tema do herói pacífico atinge sua perfeita expressão na Ode dedicada ao Marquês de Pombal. Nesta lira laudatória, as contraposições têm, como pano de fundo, o cenário mítico arcádico.

Fonte: http://www.scribd.com/

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Regresso dos contratados.


REGRESSO DOS CONTRATADOS

Bandeiras sem cores
Tremulam ao vento...

Passa o camião
onde vozes cantam.
São homens que voltam.

E o sonoro canto
vai longe... longe
às cubatas sós
onde mães esperam.

Bandeiras desejos
Tremulam ao vento...

E as vozes deixam
na esteira dura
com o pó da estrada
cantos de renúncia.

E tremulando sempre
Bandeiras sem cores
Agitam desejos.

Nas sanzalas
Nascem vagidos novos!

Arnaldo dos Santos


Arnaldo Santos é natural de Luanda onde nasceu em 1935. Fez os estudos primários e secundários em Luanda. Na década de 50 integrou o chamado "grupo da Cultura". Colaborou em várias publicações periódicas luandenses entre as quais a revista Cultura, o Jornal de Angola (da década de 60), ABC, Mensagem da Casa dos Estudantes do Império. É membro fundador da UEA. Passou a infância e a adolescência no bairro do Kinaxixi, topónimo que ocupa um lugar privilegiado na sua produção narrativa. Aos vinte anos de idade publicou a sua primeira colectânea de contos Quinaxixi. Com o livro de crónicas Tempo do Munhungo, arrebatou em 1968 o Prémio Mota Veiga, um dos poucos atribuídos em Luanda, na década de 60 e 70. Arnaldo Santos é um autor que se situa num nível singular de tratamento da linguagem. É um preciosista na depuração do texto narrativo curto e de todos os seus recursos e elementos. Daí que a sua ficção narrativa não tenha conhecido até à década de 90, variações para além do conto (Kinaxixi), crónica (Tempo do Munhungo) e novela (A Boneca de Quilengues). No dizer de Jorge Macedo, ele usa " lexias-kimbundo no interior de um português de luzidia correcção". O seu nome é uma referência incontornável, associada àquele minimalismo narrativo que, nas gerações seguintes, encontraremos em Boaventura Cardoso. É um dos poucos narradores que evidencia elevado sentido de rigor na selecção dos tipos de personagens. Na sua obra inicial, reconhecemos traços caracteriais de uma perfeita articulação da psicologia das personagens a esse espaço urbano de Luanda que obedece à lógica e história predominantemente autóctones.

Fonte: www.nexus.ao/kandjimbo 

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Primeira máquina de fiação de algodão.

Uma das primeiras máquinas criadas depois da invenção.


PRIMEIRA MÁQUINA DE FIAÇÃO DE ALGODÃO.

1774 – Patenteia-se a primeira máquina de fiação de algodão. Seu inventor é o inglês Richard Arkwright. Seu invento concorreu para a revolução tecnológica da indústria textil. Era tão pobre, que vivia passando privações. Começou a vida como barbeiro. Para fazer freguesia em seu salão rústico foi obrigado a trabalhar pela metade do preço. Seus colegas de profissão sentiram-se forçados a acompanhá-lo, afim de não se arruinarem. Diante disso Richard abandonou esse mister para vender cabelos postiços, cujo uso, estava em moda. Saía a comprar as tranças das mocinhas de outras cidades. Pôs-se, em seguida, a vender tinturas para os cabelos, que ele mesmo fabricava. Mas suas vistas estavam voltadas para a mecânica, que era a sua vocação. Tentou construir um moto-contínuo, onde gastou suas parcas economias. Daí foi trabalhar com um amigo relojoeiro, que lhe aconselhou a fazer uma máquina de fiação. Tal ideia o inspirou de tal forma, que ele se pôs a serviço. Instalou uma pequena oficina. Iniciou a manipulação das peças. Quando a primeira máquina ficou pronta, grande clamor surgiu contra ele, acusando-o de inimigo dos operários, pois criam que tal invento os deixaria sem trabalho. Multidões enfurecidas destruíram-lhe máquina e oficina. Ele não desanimou. Mostrou o seu projeto a alguns banqueiros de Nothing, que lhe fizeram empréstimos, com a condição dele dividir o lucro da produção. Aceitou. Construiu novas máquinas, distribuindo-as para várias outras cidades, com receio que se repetisse a cena. Com o aperfeiçoamento e a rapidez com que se preparava o serviço, antes feito à mão, as máquinas se multiplicaram, bem como o número de trabalhadores. Somente então os operários que lhe empastelaram a oficina sentiram o grande mal que praticaram. Com o intúito de repará-lo, quiseram prestar-lhe uma homenagem, carregando-o pelas ruas da cidade; mas Richard, modesto como era, não aceitou. Eis em síntese, a história dum dos grandes benfeitores da humanidade. Nasceu em Preston, em 23/12/1732. Faleceu em Cronford em 03/08/1792.

Nota: Este trabalho é o resultado de pesquisas realizadas pelo ilustre professor Elias Barreto, e publicado pela Enciclopédia das Grandes Invenções e Descobertas, edição de 1967, volume 1, páginas 242/245.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Sonata para ir à Lua.


SONATA PARA IR À LUA

Desnudo já me dou de mim doendo
na doação das folhas da floresta
que vão caindo sem saber-se sendo
pedaços de nós na noite deserta

A lua imponderável vai ardendo
cúmplice em nossa luz de fogo e festa
Meus braços são dois galhos te dizendo
que o forte às vezes treme em sua aresta

Esta outra face frágil de aparência
que só aos puros é dado conhecer
no abraço da paixão e sua ardência

Mesmo cego de mim eu pude ver
e sentir no teu beijo a clara essência
que faz do nosso amor raro prazer

Aníbal Beça


Aníbal Beça é o nome literário de Aníbal Augusto Ferro de Madureira Beça Neto. Era amazonense de Manaus, onde nasceu a 13 de setembro de 1946 e faleceu no dia 25 de agosto de 2009. Era poeta, compositor e jornalista. Desde muito cedo colaborou em suplementos literários e em publicações similares nacionais e internacionais.

Dividiu seus primeiros estudos entre colégios de Manaus (Aparecida, Dom Bosco e Brasileiro) e em Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul (Colégio São Jacó). Durante sua permanência no Rio Grande do Sul, mais precisamente em Porto Alegre, travou conhecimento com o poeta Mario Quintana, quem lhe deu os primeiros ensinamentos e o estímulo para caminhar pelas veredas da poesia.

Envolvido com teatro, artes plásticas, é na música popular que a sua contribuição se faz mais efetiva como compositor, letrista e produtor de espetáculos e de discos. Desde 1968, quando venceu o I Festival da Canção do Amazonas, Aníbal foi colecionando prêmios com mais de 18 primeiros lugares em festivais em sua terra, no Brasil e no exterior. Representou o Brasil no VIII Festival de Joropo de Villa Vicencio, Colômbia (1969);

Foi o único artista amazonense a se classificar e se apresentar no Festival Internacional da Canção FIC, em 1970, com a música "Lundu do Terreiro de Fogo", defendida pela cantora Ângela Maria.

Tem músicas gravadas por vários artistas brasileiros como: As Gatas, Coral JOAB, Felicidade Suzy, Nilson Chaves, Eudes Fraga, Lucinha Cabral, Dominguinhos do Estácio; Bira Hawaí, Aroldo Melodia, Jander, Raízes Caboclas, Mureru, Roberto Dibo, Célio Cruz, Torrinho, Arlindo Junior, Paulo Onça, Paulo André Barata, Almino Henrique, Pedrinho Cavalero, Pedro Callado, Delço Taynara, Grupo Tynbre e outros.

Sua participação política tem-se plasmado no âmbito de entidades de classe, como diretor do Sindicato dos Escritores, presidente da ACLIA Associação de Compositores, Letristas e Intérpretes do Amazonas, Presidente do Coletivo Gens da Selva (ONG), Vice-Presidente da UBE-AM União Brasileira de Escritores, seção Amazonas

Fez parte da Ala dos Compositores das Escolas de Samba Reino Unido da Liberdade e Sem Compromisso, dando a esta última, seu único título pela autoria do enredo e do samba de enredo "Joana Galante - Axé dos Orixás", e classificou a referida escola entre as três primeiras colocações com os samba de enredo: "Hotel Cassina - Apoteose Boêmia", "Hoje tem Guarany", "Vento e sol, passa cerol - A Arte de empinar papagaios" ; "Sol de Feira - O pregão da Alegria".

Outros livros: Filhos da Várzea, ed. Madrugada, 1984, abrigando o livro Hora Nua; Marupiara - Antologia de Novos Poetas do Amazonas, (organizador) Ed. Governo do Estado do Amazonas, 1985; Quem foi ao vento, perdeu o assento (Teatro) Ed. SEMEC, 1986; Itinerário poético da Noite Desmedida à Mínima Fratura, Ed. Madrugada, 1987; Banda de Asa - poesia reunida - Ed. Sette Letras, 1998; contendo o livro inédito Ter/na colheita.

Em junho de 99, Representou o Brasil no VIII Festival Internacional de Poesia de Medellín, e em agosto/99 no Encontro Internacional de Escritores da Associação Americana para o desenvolvimento cultural, em Bogotá.

Fonte: Wikipédia.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A casa.


A CASA

Vendam logo esta casa, ela está cheia de fantasmas.
Na livraria, há um avô que faz cartões de boas-festas com corações de purpurina.
Na tipografia, um tio que imprime avisos fúnebres e programas de circo.
Na sala de visitas, um pai que lê romances policiais até o fim dos tempos.

No quarto, uma mãe que está sempre parindo a última filha.
Na sala de jantar, uma tia que lustra cuidadosamente o seu próprio caixão.
Na copa, uma prima que passa a ferro todas as mortalhas da família.
Na cozinha, uma avó que conta noite e dia histórias do outro mundo.

No quintal, um preto velho que morreu na Guerra do Paraguai rachando lenha.

E no telhado um menino medroso que espia todos eles;
só que está vivo: trouxe-o até ali o pássaro dos sonhos.
Deixem o menino dormir, mas vendam a casa, vendam-na depressa.
Antes que ele acorde e se descubra também morto.

José Paulo Paes


José Paulo Paes nasceu em Taquaritinga SP, em 1926. Estudou química industrial em Curitiba, onde iniciou sua atividade literária colaborando na revista Joaquim, dirigida por Dalton Trevisan. De volta a São Paulo trabalhou em um laboratório farmacêutico e numa editora. Desde de 1948 escreve com regularidade para jornais e periódicos literários. Toda sua obra poética foi reunida, em 1986, sob o título Um por todos. No terreno da tradução verteu do inglês , do francês, do italiano, do espanhol, do alemão e do grego moderno mais de uma centena de livros. Em 1987 dirigiu uma oficina de tradução de poesia na UNICAMP. Faleceu no dia 09.10.1998.

Fonte: http://www.revista.agulha.nom.br
 

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Canção de guerra.


CANÇÃO DE GUERRA

O covarde ficou
voltou para trás
agiu de acordo com a mãe.
De nós porém
bravos homens
muitos morreram
porque lutaram.

(chora a hiena
chora
a hiena chora)

O nosso camarada jaz no chão
não dormirá conosco.
Ali o deixamos
pernas e pés na berma da estrada
a cabeça tombada
no meio da rama.

Soldados de Nekanda
conquistadores de gado para Hayvinga
filho de Nasitai:
somos rivais em casa
pelas mulheres.
Na guerra, na floresta
somos da mesma mãe.

Ruy Duarte de Carvalho


Ruy Duarte de Carvalho (Santarém, 1941 – Swakopmund, 2010) foi escritor, cineasta e antropólogo angolano.

Português, naturalizou-se angolano na década de 1980. Era doutor em Antropologia, pela École des Hautes Études en Sciences Sociales, em Paris. É autor de Vou lá visitar pastores (1999), sobre os Kuvale, sociedade pastoril do sudoeste de Angola. Na poesia, salienta Chão de Oferta (1972), A Decisão da Idade (1976), Observação Directa (2000), entre outros, tendo reunido em Lavra poemas de 1970 a 2000.

Para além da actividade literária, realizou as longas-metragens Nelisita: narrativas nyaneka (1982) e Moia: o recado das ilhas (1989).
Professor universitário, leccionou na Universidade de Luanda, foi Professor Convidado na Universidade de Coimbra e da Universidade de São Paulo.

Fonte: Wikipédia.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Criação do Império Persa.


CRIAÇÃO DO IMPÉRIO PERSA

545 a.C. – Nasce o Império Persa, com a fusão de outros povos. Os iranianos se dividiam em numerosas tribos: Medos no Norte e Persas no Sul. Nircânios no canto oriental do Cáspio; Arianos nas vizinhanças do rio Ário; Bactrianos na encosta setentrional do Hindu-Cuxe, etc. Os Medos se estenderam até o Irão. Submeteram os persas a seus vassalos, bem como a Armênia e Copadócia, sob o império dos Ciaxares. Astiates é filho de Ciaxares, rei dos Medos. Insurge-se contra ele um persa, Ciro, o Grande, rei do Achão, no Elão. Derrota-o. Submete os Medos ao seu domínio. Ciro proclama a independência do seu povo. Prossegue nas suas conquistas. Estabelece, daí, um poderoso império, que se estendia desde o do Indo até as praias do Mediterrâneo.

Nota: Este trabalho é o resultado de pesquisas realizadas pelo ilustre professor Elias Barreto e publicado pela Enciclopédia das Grandes Invenções e Descobertas, edição de 1967, volume 1, páginas 24/25.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Se.


SE



se

nasce

morre nasce

morre nasce morre

renasce remorre renasce

remorre renasce

remorre

re

re

desnasce

desmorre desnasce

desmorre desnasce desmorre

nascemorrenasce

morrenasce

morre

se

Haroldo de Campos


Haroldo Eurico Browne de Campos nasceu em São Paulo-SP, no dia 19 de agosto de 1929 e faleceu também em São Paulo-SP, no dia 16 de agosto de 2003. Teve um papel importante na história da literatura brasileira devido aos seus ensaios, pesquisas e traduções. Formou-se em Direito pela Universidade de São Paulo em 1952, mesmo ano em que fundava, com Augusto de Campos e Décio Pignatari, o Grupo Noigandres, de poesia concretista. A poesia concreta propunha o poema-objeto. Os poetas utilizavam múltiplos recursos: o acústico, o visual, a carga semântica, o espaço tipográfico e a disposição geométrica dos vocábulos na página.

Em 1956 e 1957 participou do lançamento oficial da Poesia Concreta na I Exposição Nacional de Arte Concreta, no MAM/SP e no saguão do MEC/RJ. Em 1958, publicaria o Plano-Piloto Para Poesia Concreta, com Augusto de Campos e Décio Pignatari. Nos anos seguintes trabalhou como tradutor, crítico e teórico literário, além de Professor Titular do curso de pós-graduação em Comunicação e Semiótica da Literatura na PUC/SP. Em 1992 foi laureado com o Prêmio Jabuti de Personalidade Literária do Ano; em 1999 o Prêmio Jabuti de Poesia foi conferido para seu livro Crisantempo: No Espaço Curvo Nasce Um (1998). Considerado o "mais barroco" dos concretistas, Haroldo de Campos tem sua obra poética intimamente ligada ao movimento. A crença em uma “crise no verso” o levou ao experimentalismo, à busca de novas formas de estruturação e sintaxe, em curtos poemas-objeto ou longos poemas em prosa.

"A poesia concreta é o primeiro movimento internacional que teve, na sua criação, a participação direta, original, de poetas brasileiros. Como no caso do anterior movimento de renovação que houve neste século na literatura brasileira - o Movimento Modernista de 22 - também a POESIA CONCRETA se constitui em São Paulo" (Irmãos Campos In: NICOLA, José de. Literatura Brasileira das origens aos nossos dias. 4ª ed. São Paulo: Scipione, 1991.)

Fontes: http://www.scribd.com/
             http://www.revista.agulha.nom.br/

domingo, 28 de novembro de 2010

Recado.


RECADO

Vós que sentistes a dor de uma separação,
Em tempos passados, quando feliz éreis na vida.
Se por degeneração física, falta de amor ou paixão,
Ou quaisquer que foram os motivos da partida.

Vós que sentistes o desprazer do abandono,
Sem ao menos o direito de tentardes uma reação.
Destes-vos ao sofrimento, e pra vida nenhum plano,
De um novo e grande amor para alentar o coração.

Vós que sentis hoje, o amargor da solidão,
E viveis das lembranças de um passado distante.
Sem consolo, e a mercê de um desprezo gritante,
Condenada ao desalento, sem dó e sem compaixão.

Eis que é chegado o momento de uma total mudança,
Tendes de reagir, pois não cometestes nenhum pecado.
Afinal, não custa nada alimentardes a vital esperança,
De recobrardes a felicidade. Este é o meu recado.

R.S. Furtado.

sábado, 27 de novembro de 2010

Exílio.


"EXÍLIO"

"Hoje, sonhei que estava lá
Lá pr'além dos Andes
Lá, longe dos meus,
Naquela fria, alheia, terra estrangeira.
Não estava lá por livre escolha minha.
Estava proscrito, exilado
Botado fora. Desterrado por vontade alheia.
Mas nunca saí de mim, daqui.
Todo tempo, eu sabia, me doía saber
Que assaltaram minha Pátria,
M'a roubaram. Cidadão sou de Pátria proibida.
Errando mundo afora, em pátrias alheias.
Nesta dor da terra ausente, consolava
Levá-la no peito, gemendo, noite e dia,
Gastando meu escasso tempo de viver
Nesta agonia arfante de saudade."

Darcy Ribeiro

Darci Ribeiro nasceu em Montes Claros, MG, no dia 26 de outubro de 1922. A obra de Darci Ribeiro está impregnada de brasilidade. Os escritos desse sociólogo, educador, antropólogo, indianista e político são um mergulho nas entranhas do espírito brasileiro; trata-se de uma radiografia da formação de nosso povo. Tanto em sua ficção quanto em seus ensaios estão presentes os fatores constitutivos da nação: a violência da colonização, a peculiaridade de uma miscigenação tantas vezes louvada, a tropicalidade inerente à cultura etc. Seus livros representam, de fato, uma história do Brasil, mas uma história vista — e muitas vezes narrada — sob o ângulo de quem a sofreu: índios e negros, sobretudo. Fugindo de todo academicismo, Darci Ribeiro procurou fazer mais do que, baseando-se em modelos teóricos estrangeiros, refletir acerca da constituição do povo; sua ambição era a de construir um amplo panorama antropológico, que fosse um painel explicativo do Brasil para os brasileiros. Polêmico, crítico, dono de um carisma arrebatador, utilizou-se da antropologia menos como teoria e mais como um instrumento de transformação social. Morreu em Brasília no dia 17 de fevereiro de 1997.

OBRAS:

Culturas e Línguas Indígenas do Brasil (1957)
O Processo Civilizatório (1968)
Os Índios e a Civilização (1970)
Teoria do Brasil (1972)
Uira Sai à Procura de Deus (1974)
Maíra (1976)
O Dilema da América Latina (1978)
Ensaios Insólitos (1979)
O Mulo (1981)
Utopia Selvagem (1982)
Migo (1988)
O Povo Brasileiro, a Formação e o Sentido do Brasil (1995)
Confissões (1997), entre outros

Fontes: http://pt.shvoong.com/

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Vós que ocupais a nossa terra.


VÓS QUE OCUPAIS A NOSSA TERRA

E preciso não perder
de vista as crianças que brincam:
a cobra preta passeia fardada
à porta das nossas casas.
Derrubam as árvores fruta-pão
para que passemos fome
e vigiam as estradas
receando a fuga do cacau.
A tragédia já a conhecemos:
a cubata incendiada,
o telhado de andala flamejando
e o cheiro do fumo misturando-se
ao cheiro do andu
e ao cheiro da morte.
Nos nós conhecemos e sabemos,
tomamos chá do gabão,
arrancamos a casca do cajueiro.
E vós, apenas desbotadas
máscaras do homem,
apenas esvaziados fantasmas do homem?
Vós que ocupais a nossa terra?

Manuela Margarido


Maria Manuela Conceição Carvalho Margarido (roça Olímpia, Ilha do Príncipe, 1925 - Lisboa, 10 de Março de 2007) foi uma poetisa são-tomense.

Manuela Margarido cedo abraçou a causa do combate anti-colonialista, que a partir da década de 1950 se afirmou em África, e da independência do arquipélago. Em 1953, levanta a voz contra o massacre de Batepá, perpetrado pela repressão colonial portuguesa.

Denunciou com a sua poesia a repressão colonialista e a miséria em que viviam os são-tomenses nas roças do café e do cacau.

Estudou ciências religiosas, sociologia, etnologia e cinema na Sorbonne de Paris, onde esteve exilada. Foi embaixadora do seu país em Bruxelas e junto de várias organizações internacionais.

Em Lisboa, onde viveu, Manuela Margarido empenhou-se na divulgação da cultura do seu país, sendo considerada, a par de Alda Espírito Santo, Caetano da Costa Alegre e Francisco José Tenreiro, um dos principais nomes da poesia de São Tomé e Príncipe.

Fonte: Wikipédia

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Fundação do Xintoísmo.



FUNDAÇÃO DO XINTOÍSMO

700 a.C. – Funda-se no Japão a sua primeira religião, o Xintoísmo. Mais tarde partilha com o Budismo. Seus crentes veneram as forças da natureza; – o Sol, os astros, o fogo, os ventos, os vulcões, as rochas (litolatria). Representa cada um desses elementos um Kami ou divindade. Mais tarde a deificação se estende aos seres humanos (antropolatria), nas pessoas dos heróis, guerreiros e patriotas. Todos simbolizam o imperador. Este é designado por Arahitokami, que reúne em sua pessoa os dois poderes máximos: temporal e espiritual. Na atualidade o Xintoísmo se resume nestes três prinçipios: 1.º) Honrarás os deuses e amarás a pátria. 2.º) Obedecerás às leis celestes e ao dever do homem. 3.º) Venerarás ao Micado, teu soberano e obedecerás aos seus preceitos. No Xintoísmo moderno os Kami vão se apagando. Prevalece o mito de Amaterasu, filho do Sol e deus eterno, cujo único representante na terra é o Micado (ou deus Tenno).

Nota: Este trabalho é o resultado de pesquisas realizadas pelo ilustre professor Elias Barreto e publicado pela Enciclopédia das Grandes Invenções e Descobertas, edição de 1967, volume 1, páginas 18/19.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Ficaram-me as penas.


FICARAM-ME AS PENAS

O pássaro fugiu, ficaram-me as penas
da sua asa, nas mãos encantadas.
Mas, que é a vida, afinal? Um voo, apenas.
Uma lembrança e outros pequenos nadas.

Passou o vento mau, entre açucenas,
deixou-me só corolas arrancadas...
Despedem-se de mim glorias terrenas.
Fica-me aos pés a poeira das estradas.

A água correu veloz, fica-me a espuma.
Só o tempo não me deixa coisa alguma
até que da própria alma me despoje!

Desfolhados os últimos segredos,
quero agarrar a vida, que me foge,
vão-se-me as horas pelos vãos dos dedos.

Cassiano Ricardo


Cassiano Ricardo Leite, poeta e ensaísta, nasceu em São José dos Campos, SP, em 26 de julho de 1895 e morreu no Rio de Janeiro em  14  de janeiro de 1974. Tendo participado do movimento modernista e de grupos que se lhe sucederam, Cassiano Ricardo soube aproveitar como poucos o Indianismo, uma das influências do momento, tomando-o como base de uma autenticidade americana. ‘Martim Cererê’, seu livro mais conhecido, traduzido para muitos idiomas e ilustrado por Di Cavalcanti, se fundamenta no mito tupi do Saci-Pererê, manifestando uma conciliação das três raças formadoras da cultura nacional, a indígena, a africana e a portuguesa. Mesclando essas três fontes linguísticas, ele elabora o que foi chamado de "mito do Brasil-menino". Modernista e primitiva a um só tempo, brasileira sem ser nacionalista, sua estrutura lembra alguns elementos da história em quadrinho e dos filmes de animação, prenunciando a pop art. Além de ter escrito esse livro clássico da literatura brasileira, Cassiano Ricardo manteve, até o fim de sua vida, uma pesquisa poética experimental e independente, acompanhando de perto os novos movimentos de vanguarda, sobre os quais escreveu. Seu último livro, 50 anos após o de estréia, exemplifica essa constante inquietação.

OBRAS:

Dentro da Noite (1915)
Vamos Caçar Papagaios (1926)
Borrões de Verde e Amarelo (1926)
Martim Cererê (1928)
O Sangue das Horas (1943)
Um Dia Depois do Outro (1947)
Poemas Murais (1950)
A Face Perdida (1950)
O Arranha-Céu de Vidro (1956)
Poesias Completas (1957)
22 e A Poesia de Hoje (1962)
Algumas Reflexões sobre Poética de Vanguarda (1964)
Jeremias Sem-Chorar (1964) 

Fonte: http://pt.shvoong.com/

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Reconhecimento.


RECONHECIMENTO

“Uma das maiores grandezas do ser humano é saber  reconhecer por tudo aquilo de bom que lhe é proporcionado.”

R.S.Furtado.

domingo, 21 de novembro de 2010

Apelo.


APELO

Eu venho das lições dos tempos idos,
e vejo a Guerra no horizonte armada.
Será que os homens bons não fazem nada?
Será que não me prestarão ouvidos?

Eu vejo a Humanidade manejada
em prol dos interesses corrompidos.
É mister acabar com esta espada
suspensa sobre os lares oprimidos!

É preciso ganhar maturidade
no fomento da paz e da verdade,
na supressão do mal e da loucura. .

Que a estrutura econômica da guerra
se faça em pó! E reinem sobre a Terra
os frutos do trabalho e da fartura!

Eno Theodoro Wanke




ENO THEODORO WANKE (1929-2001) nasceu em Ponta Grossa, Paraná, a 23 de junho de 1929. Filho de Ernesto Francisco Wanke e de Lucilla Klüppel Wanke. Aprendeu as primeiras letras na Escola Evangélica Alemã, de sua cidade natal. Quando a escola foi fechada em razão do advento do Estado Novo, o futuro escritor foi transferido para o Liceu dos Campos, cuja proprietária era a educadora Judith Silveira, hoje nome de rua na cidade.

Estudou também no Colégio Regente Feijó, de Ponta Grossa, no Colégio Santa Cruz, da cidade de Castro, PR, onde completou o ginásio. Em 1948, transferiu-se para Curitiba, PR, onde terminou o científico no Colégio Iguaçu e em 1949, após vestibular, entrou para a Escola de Engenharia Civil da Universidade do Paraná, formando-se em 1953. Trabalhou na Prefeitura de Ponta Grossa (1954-1955). Atuou como fiscal de construção de uma linha de alta tensão elétrica em Curitiba, da Companhia Força e Luz do Paraná.

Em 1957 ingressou, por concurso, no curso de Refinação de Petróleo, da Petrobrás, no Rio, passando a trabalhar em 1958 na Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão, SP, residindo em Santos, onde viveu onze anos. A partir de 1969 passou a residir no Rio de Janeiro, onde fez carreira dentro da Empresa.

Começou a escrever desde os doze anos. Poeta, Trovador, Contista, Cronista, Biógrafo, Ensaísta, Historiador, Fabulista e Prefaciador, entre outros. Como sonetista de primeira, obteve com o soneto APELO, 160 versões para 95 idiomas e dialetos. É o soneto em português mais traduzido para idiomas estrangeiros:

A obra de Eno Theodoro Wanke é extensa e variada. Eis as principais: “NAS MINHAS HORAS” (poesia, 1953), “MICROTROVAS” (1961), “OS HOMENS DO PLANETA AZUL” (sonetos, 1965), “OS CAMPOS DO NUNCA MAIS” (poesia, 1967), “VIA DOLOROSA” (sonetos religiosos, 1972), “A TROVA” (estudo, 1973), “A TROVA POPULAR” (estudo, 1974), “A TROVA LITERÁRIA” (estudo, 1976), “REFLEXÕES MAROTINHAS” (pensamentos humorísticos, 1981), “VIDA E LUTA DO TROVADO RODOLFO CAVALCANTE” (biografia, 1982), “A CARPINTARIA DO VERSO” (didática da metrificação, 1982, 1989, 1990 e 1994), “DE ROSAS & DE LÍRIOS” (minicontos, 1987), “O ACENDEDOR DE SONETOS” (líricos, 1991), “ALMA DO SÉCULO” (sonetos, 1991), “FÁBULAS” (1993), “ADELMAR TAVARES, UM TROVADOR AO LUAR” (biografia, 1997), “ANTOLOGIA DE SONETOS SOBRE A TROVA” (1998), “CONTOS BEM-HUMORADOS” (1998), “FARIS MICHAELE, O TAPEJARA” (biografia, 1999), “ELUCIDÁRIO MÉTRICO” (metrificação, 2000) e “APARÍCIO FERNANDES, TROVADOR E ANTOLOGISTA” (biografia, 2000).

Fontes: http://www.clubedapoesia.com.br
             http://www.usinadeletras.com.br

sábado, 20 de novembro de 2010

Partindo.


PARTINDO

Triste, por te deixar, de manhãzinha
Desci ao porto. E logo, asas ao vento,
Fomos singrando, sob um céu cinzento,
Como, num ar de chuva, uma andorinha.

Olhos na Ilha eu vi, amiga minha,
A pouco e pouco, num decrescimento,
Fugir o Lar, perder-se num momento
A montanha em que o nosso amor se aninha.

Nada pergunto; nem quero saber
Aonde vou: se voltarei sequer;
Quanto, em ventura ou lágrimas, me espera

Apenas sei, ó minha Primavera,
Que tu me ficas lagrimosa e triste.
E que sem ti a Luz já não existe.

Eugénio Tavares


Eugénio Tavares foi a figura cimeira da vida cultural, política e social de Cabo Verde entre 1890 e 1930. Durante essas 3 décadas, ele dominou em todas as áreas a cultura do seu povo tendo sido o seu maior interprete até aos nosso dias. A sua vastíssima obra vai da poesia à música, da retórica à ficção, passando pelos ensaios. Durante a festa da língua portuguesa em Sintra, Corsino Fortes, poeta e antigo embaixador de Cabo Verde em Portugal, intitula-o de "Camões de Cabo Verde" e realça Eugénio Tavares de fazedor de opinião numa enorme dimensão de pensador.

Fonte: www.eugeniotavares.org/