quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Na fazenda.

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NA FAZENDA

Dorme ainda a fazenda: ao longo da varanda
Repousa o boiadeiro em couros estendidos;
Desponta no horizonte aurora froixa e branda,
No meio do terreiro o cão solta ganidos!

Mas nisso de repente escutam-se alaridos,
Dum sino que desperta estruge a voz nefanda;
Começam a soar conversas e balidos
E a ordem de rigor que rude aos negros manda!

Chegou o começar das lides e trabalhos,
Ressoam do feitor os brados e os ralhos:
A boiada desfila à porta do curral.

Os pretos esfregando os olhos sonolentos
Levando samburás lá vão a passos lentos
Da porta da senzala ao denso cafezal!

Afonso Celso.
(1860-1938)

6 comentários:

Anônimo disse...

Maravilhoso esse soneto de Afonso Celso!Triste e dura realidade!Abraços,

Unknown disse...

Meu amigo e irmão,

Estou de fato dando um tempo pra mim mesmo, mas não tenho como recusar a passagem por aqui, primeiro que teus poemas, arrastam a gente pro realismo com que a gente vive tá vivendo e bate de frente. Hoje, estamos nesta terra paulista de feriado, feriado este que reprovo, por razão de ser sobre a Consciência Negra... Eu se assim o fosse, odiaria, porque o preconceito ainda predomina, quando se levanta enfase ao negro ainda, o que não consigo entender, como o negro até hoje, continua sendo visto de forma diferente, tudo por causa de uma pele que lhe veste o corpo... Até quando será assim, como pode ainda perdurar tanto isto? O tempo passou, cartas de alforrias chegaram, a independencia de dom Pedro primeiro, e nada acontece ainda, nada vira, eles continuam amordaçados nos paus dos delírios, enamorados de suas auto estimas pisadas, frageladas, repugnadas... Consciência negra, tá errada, o nome deveria ser consciência branca, que não volta os olhos pra si mesmos, preocupados com negros, que não são vistos como irmãos, iguais a nós que são...
Acho que estou me excedendo na escrita... nem vir aqui pra isto, apenas pra dizer que te enviei e-mail com o selinho Comentarista... Salve ele no seu computador e quando for acionar o gadget, assinale(.)do meu computador e puxe que vai dar certo...
Estou passando por momentos, logo retorno, antes fosse apenas por falta de inspiração, mas não é, não sei porque, quando a gente se ver dentro das coisas que não podemos mudar, de tristeza profunda, mais inspirados ficamos... notou isto? mas estou mesmo é tentando entender, porque o motorzinho de minha barca, teima em dar pane...

Um grande beijo pra ti Furtado, mta paz em seu fim de semana...

Obrigado pelo carinho,
tudo vai passar, como
passam os passarinhos....

Livinha

Efigênia Coutinho ( Mallemont ) disse...

Belíssimo Soneto do escritor Afonso Celso.Você tem sempre muito bom gosto.
Eu não esqueci um só de todos os meus amigos aqui, e hoje retorno, depois de muito trabalho com o nosso Site, com os 1000 Sonetos, agora poderei estar ao lado de todos , matando as saudades, que se fazem presente ao presente momento, com carinho,
passa lá em casa, tem Natal para os amigos,

Efigênia

Anônimo disse...

Gosto sempre de ler Afonso Celso!
Obrigada pelo carinho sempre lá no blog querido.
Bjs.

uminuto disse...

tristes histórias de outros tempos, embora nos dias de hoje haja outras escravaturas
um beijo

ANTOLOGIA POÉTICA disse...

lindo.......lindoooooooo

Olá amigo!

Passando prá te desejar um Domindo de muita paz e alegrias!

Beijos e carinhos meus!

M@ria