sábado, 14 de novembro de 2009

Luz entre sombras.

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LUZ ENTRE SOMBRAS

É noite medonha e escura,
Muda como o pensamento,
Uma só no firmamento
Trêmula estrela fulgura.

Fala aos ecos da espessura
A chorosa harpa do vento,
E num canto sonolento
Entre as árvores murmura.

Noite que assombra a memória,
Noite que os medos convida
Erma, triste, merencória.

No entanto... minh’alma olvida
Dor que se transforma em glória,
Morte que se rompe em vida.

Machado de Assis.
Do livro Falenas – (1870).

8 comentários:

ANTOLOGIA POÉTICA disse...

Poema maravilhosoooooooooooooo
AMOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

Um carinho...venha buscar.... selinho pra voce aki

http://poesiasamoremio.blogspot.com/

Simplesmente MARIA

Besosssssssssss

Sonia Schmorantz disse...

É um lindo poema de Machado de Assis, tuas postagens são sempre muito bem escolhidas.
Um abraço, lindo domingo

chica disse...

Linda escolha dessa poesia! um lindo domingo, abraço,chica

Pena disse...

Admirável e Fabuloso Amigo de bem:
Uma sensibilidade poética sublime. Extraordinária feita de forma gigante e fantástica.
"...Fala aos ecos da espessura
A chorosa harpa do vento,
E num canto sonolento
Entre as árvores murmura.

Noite que assombra a memória,
Noite que os medos convida
Erma, triste, merencória..."

A Noite, a eterna noite dos poetas. Fala dela com pureza e sentimentos sonantes e admiráveis.
Excelente, poeta amigo.
Abraço forte de respeito, amizade e estima.
Sempre a admirá-lo.
MUITO OBRIGADO pela sua simpatia sincera e extraordinária deixadas no meu blogue que adorei.

pena

Bem-Haja, Enorme Amigo.
Um Domingo feliz.

Mariana Silveira disse...

Mais que um poema,
Mais que palavras...
Simplesmente, Machado de Assis.
Espera, eu disse simplesmente?
Rá!

Um grande abraço, meu querido amigo.

Unknown disse...

Engraçado meu amigo, é tendência humana, nas noites escuras que assola, de pronto mirar uma estrela, como se no céu fosse a unica, pelo qual nos posicionamos a confidencia-la os vai e vens de nosso âmago... é desta luz que buscamos a esperança, no acalanto de nós mesmos...

Lindoo poema, tão íntimo de cada coração...

Furtado, oxalá que tua semana seja de muita paz e esperança...

Bjss

Anônimo disse...

Querido,
vim deixar pra vc um texto da Lya Luft que responde sua pergunta deixada lá no blog.

CANÇÃO DOS HOMENS

Que quando chego do trabalho ela largue por um instante o que estiver fazendo
- filho, panela ou computador - e venha me dar um beijo como os de antigamente.

Que quando nos sentarmos à mesa para jantar
ela não desfie a ladainha dos seus dissabores domésticos.

E se for uma profissional, que divida comigo o tempo de comentarmos nosso dia.

Que se estou cansado demais para fazer amor,
ela não ironize nem diga que "até que durou muito" o meu desejo ou potência.

Que quando quero fazer amor ela não se recuse demasiadas vezes, nem fique impaciente ou rígida, mas cálida como foi anos atrás.

Que não tire nosso bebê dos meus braços dizendo que homem não tem jeito pra isso, ou que não sei segurar a cabecinha dele, mas me ensine docemente se eu não souber.

Que ela nunca se interponha entre mim e as crianças, mas sirva de ponte entre nós quando me distancio ou me distraio demais.

Que ela não me humilhe porque estou ficando calvo ou barrigudo, nem comente nossas intimidades com as amigas, como tantas mulheres fazem.

Que quando conto uma piada para ela ou na frente de outros, ela não faça um gesto de enfado dizendo "Essa você já me contou umas mil vezes".

Que ela consiga perceber quando estou preocupado com trabalho, e seja calmamente carinhosa, sem me pressionar para relatar tudo, nem suspeitar de que já não gosto dela.

Que quando preciso ficar um pouco quieto ela não insista o tempo todo para que eu fale ou a escute, como se silêncio fosse falta de amor.

Que quando estou com pouco dinheiro ela não me acuse de ter desperdiçado com bobagens em lugar de prover minha família.

Que quando eu saio para o trabalho de manhã ela se despeça com alegria, sabendo que mesmo de longe eu continuo pensando nela.

Que quando estou trabalhando ela não telefone a toda hora para cobrar alguma coisa que esqueci de fazer ou não tive tempo.

Que não se insinue com minha secretária ou colega para descobrir se tenho amante.

Que com ela eu também possa ter momentos de fraqueza e de ternura, me desarmar, me desnudar de alma, sem medo de ser criticado ou censurado: que ela seja minha parceira, não minha dependente nem meu juiz.

Que cuide um pouco de mim como minha mulher, mas não como se eu fosse uma criança tola e ela a mãe, a mãe onipotente, que não me transforme em filho.

Que mesmo com o tempo, os trabalhos, os sofrimentos e o peso do cotidiano, ela não perca o jeito terno e divertido que tanto me encantou quando a vi pela primeira vez.

Que eu não sinta que me tornei desinteressante ou banal para ela, como se só os filhos e as vizinhas merecessem sua atenção e alegria.

E que se erro, falho, esqueço, me distancio, me fecho demais, ou a machuco consciente ou inconscientemente,

Ela saiba me chamar de volta com aquela ternura que só nela eu descobri, e desejei que não se perdesse nunca, mas me contagiasse e me tornasse mais feliz, menos solitário, e muito mais humano.

Bjs.

Sonia Parmigiano disse...

Rosemildo,

Adoro Machado de Assis...esse poema em especial!!!Linda escolha, gosto muito de vir aqui te visitar!

Parabéns, sempre!!

Grande beijo e ótima semana!

Reggina Moon