terça-feira, 28 de abril de 2009

A prodigiosa ação do pensamento

A prodigiosa ação do pensamento
http://www.esoterikha.com/coaching-pnl/img/mensagem-pps-auto-estima-pnl-a-forca-do-olhar.jpg
O pensamento, em sua essência básica e pura acepção científica, é uma poderosa e sutil manifestação de energia. Essa energia mental, posicionada positivamente, é a base fundamental do progressivo desenvolvimento humano, é fruto da vital e intrínseca energia do pensamento.
Pensamentos negativos, profundamente arraigados no âmago da nossa consciência, são poderosas forças energéticas que destroem todo o nosso potencial de realizações. Todos nós, pois, precisamos aprender a gerenciar com maestria os nossos pensamentos. O pensamento realmente positivo, é, indubitavelmente, um firme foco de poderosa e invisível luz interior. Um eficiente sinalizador, pois, ele nos indica o verdadeiro caminho. E nos capacita a atingir os nossos mais legítimos objetivos. O nosso pensamento, quando em projeção bem idealizada e dirigida, nos encaminha ao rumo certo daquilo que intimamente desejamos. Pelo crivo do nosso pensamento passam todas as idéias, formulações, projetos, enfim tudo o que pré-existe antes de se tornar realidade. Exatamente, por esta razão, é que o pensamento cria condições de exequibilidade. Enquanto o pensamento negativo, por si mesmo, é a própria negação daquilo que se pretende realizar. A razão é simples. Ao querermos a plena realização de algo, deveremos sempre nos autoposicionar positivamente. É conveniente a posição de constante alerta, não nos deixando envolver com pensamentos negativos.
O pensamento positivo é a mais poderosa energia, que substancializa o que de maneira íntima e firme desejamos. Pensar positivamente é, pois, capacitar-se aos mais elevados e variáveis objetivos. Convenhamos, sem a ação do pensamento, não haveria realizações. E, nós seres humanos a percepção profundamente autoanalítica da nossa maravilhosa existência. Não seríamos seres racionais. Criaturas pensantes, evoluídas. Se não fôssemos seres de alto nível racional, não seriamos tão complexos, e, também, não teríamos alcançado o nosso atual desenvolvimento.
Não se poderia imaginar o surgimento das civilizações, o espantoso progresso e todos os frutos advindos daí, se não existisse uma fagulha idealizadora: o pensamento. Nada tem existência real sem o vibrátil ato de pensar.
O pensamento positivo é o ato consciente de realmente ser e objetivamente se autorealizar. O pensamento negativo é o ato de negar, e, portanto, nada construir. É o não absoluto, definitivo, a qualquer projeto de realização.
Na vida, os obstáculos ou os desagradáveis caminhos se constituem nos inúmeros degraus que temos a galgar. A nossa tarefa básica é procurar vencê-los. Aí, devemos usar metas que melhor proporcionem o nosso desenvolvimento individual ou coletivo. As nossas vitórias são sempre valiosas, pois, se situam dentro dos nossos íntimos. É sempre com o espírito de muita disposição e força de vontade aliada aos pensamentos positivos que conseguimos resolver os nossos problemas.
Com os nossos pensamentos positivos, a vida prossegue igual a um grande rio. Sendo os nossos problemas semelhantes ás descidas e grandes curvas existentes em seu percurso. Consistindo a nossa tarefa básica de vida, vencê-las, resolvendo todos os nossos problemas com firmeza e dignidade.
A vida, com pensamentos positivos tem um caminho realmente óbvio: flui com maior naturalidade, amor, harmonia e paz.


Otacílio Negreiros Pimenta
In Memorian

domingo, 26 de abril de 2009

O adeus de Teresa

O “ADEUS” DE TERESA
http://img54.imageshack.us/img54/5290/lavalse2hs.jpg
A vez primeira que eu fitei Teresa,
Como as plantas que arrasta a correnteza,
A valsa nos levou nos giros seus...
E amamos juntos... E depois na sala
“Adeus” eu disse-lhe ao tremer co’a fala...

E ela corando, murmurou-me: “adeus”.

Uma noite... entreabriu-se um resposteiro...
E ela corando, murmurou-me: “adeus”.
E da alcova saia um cavaleiro
Inda beijando uma mulher sem véus...
Era eu... Era a pálida Teresa!

E ela entre beijos murmurou-me: “adeus”.

Passaram tempos... sec’los de delírio
Prazeres divinais... gozos do Empírio...
... Mas um dia volvi aos lares meus.
Partindo eu disse – “Voltarei... descança!...”
Ela chorando mais que uma criança,

Ela em soluços murmurou-me: “adeus”.

Quando voltei... era o palácio em festa!...
E a voz d’Ela e de um homem lá na orquestra
Preenchiam de amor o azul dos céus.
Entrei!... Ela me olhou branca... surpresa!
Foi a última vez que eu vi Teresa!...

E ela arquejando murmurou-me: “adeus!”


Castro Alves
São Paulo, 28 de agosto de 1868.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Solidão.

SOLIDÃO

http://graziellaarantes.files.wordpress.com/2007/10/hugo-dias-solidao-t1-96.JPG

Já vem bem alta, a noite fria e calma,
A lua vaga na amplidão celeste.
Nem de leve se mexe uma só palma,
O luar nevado todo o globo veste.

Solidão no viver, angústias na alma.
O tédio atroz contra meu ser inerte,
Sem um seio que afagos manifestem
Meu abrasado peito não se acalma.

Quantos lábios estão nesta hora unidos,
Comungando com beijos repetidos,
Um forte amor e sempre renovado.

Ao rigor desta minha sujidade,
Como refugio abraço-me a saudade,
Volvendo as frias cinzas do passado.

R.S.Furtado

domingo, 19 de abril de 2009

Os três amores

OS TRÊS AMORES

I
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/82/Maria_Eleonora_of_Brandenburg.JPG/210px-Maria_Eleonora_of_Brandenburg.JPG
Minh`alma é como a fronte sonhadora
Do louco bardo, que Ferrara chora...
Sou Tasso!... a primavera de teus risos
De minha vida as solidões enflora...
Longe de ti eu bebo os teus perfumes,
Sigo na terra de teu passo os lumes...
- Tu és Eleonora...

II
http://www.roteiroromanceado.com/flagrantes/img/julieta.jpg
Meu coração desmaia pensativo,
Cismando em tua rosa predileta.
Sou teu pálido amante vaporoso,
Sou teu Romeu... teu lânguido poeta!...
Sonho-te às vezes virgem... seminua...
Roubo-te um casto beijo à luz da lua...
- Tu és Julieta...

III
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOxSShnLSaG6sVEQQcXhxZLxLeQlxn9Y7R5plcvDJu7cmQxGYqAtGgbB6H-s5XDeCRglFHX2HZ5fSy2gUXD9Eo6IP6XcQKhrfgDsIKUr4m9Bcie9Y-Fngsndv7eTXu2SKsBnyFefZfdMDB/s320/arrufos.jpg
Na volúpia das noites andaluzas
O sangue ardente em minhas veias rola...
Sou D. Juan!... Donzelas amorosas,
Vós conheceis-me os trenós na viola!
Sobre o leito do amor teu seio brilha...
Eu morro, se desfaço-te a mantilha...
Tu és - Júlia a Espanhola!...


Castro Alves
Recife, setembro de 1866.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Inalcançável

INALCANÇÁVEL

O homem desperta na manhã da vida,
A bagagem precisa então avia.
- Consciência, saber e uma incontida,
Vontade de vencer na qual confia.

Sem temor parte, e, logo na partida,
Uma esperança companheira o guia.
Em toda sua luta empreendida,
Em busca do ideal que acaricia.

Mesmo quando da vida a noite desce,
O homem aspira ainda e, ainda crente,
Continua a lutar, não esmorece.

E assim, a vida passa e ele não cansa,
De correr noite e dia imensamente,
Atrás sempre de um bem que não alcança.


R.S. Furtado

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Espelho, meu...

ESPELHO, MEU...

Posiciona-se diante do espelho. Posta-se, ereto, como se fosse falar a algumas pessoas. Imposta-se com falsa dignidade. Diante disso, a sua consciência, de imediato, firmemente o demove. Percebe rugas profundas margeando-lhe o rosto. Vê inúmeros cabelos brancos convivendo em sua lustrosa cabeleira. Perplexo, sente-se desfigurado. Além disso, sofrendo uma preocupação latente, os seus olhos brilham intensamente. É a manifestação de sua alma em profunda aflição. Sente-se, às vezes, como se estivesse sonhando. Mas, apropriadamente, tudo lhe parece um horroroso pesadelo. Intimamente, vive uma forte crise de identidade moral. A sua mente convulsa, aciona-se em passagens existenciais, envolvendo a sua vida com motivos psicológicos alucinantes. Adentra-se profundamente nos escaninhos de suas vivências mentais mais significativas. Uma voz dentro de si, distante do tempo presente, adquire forma clara e compreensiva. “- Lucas, meu filho, venha aqui...” Era a suave voz de sua mãe. “- Você sabe, porque se chama Lucas.” Ela, novamente, firme e meiga. “- Lucas foi um dos grandes evangélicos”.

Sem querer, de repente, desviava-se das imagens de sua infância. A sua mente, mais uma vez, é agressivamente invadida pelas lembranças mais recentes. São recordações profundamente atormentadoras. Que, no meio social, desfigura a sua honrosa personalidade. Vive uma situação em que, para si, o tempo parece haver parado, deixando-o diante de um escuro e imenso abismo. Aturdido, aflito, sente-se como se algo misterioso o tivesse encarcerado, inexoravelmente. Autovisualiza-se em outros momentos, como uma bolha sobre imensa pressão, prestes a estourar. No emaranhado de diversos pensamentos, a sua cabeça lateja e dói intensamente. Não sabe há quanto tempo está acordado... Pergunta-se: “- qual a minha última refeição?” Essa interrogação íntima não o afasta dos seus cruciantes e atormentadores pensamentos. O silêncio exterior lhe parece infindável. No seu íntimo, entretanto, as vibrações de angustias são devastadoras e as interrogações intermitentes. Constantes como o tempo. “Como me justificar... e reorganizar a minha vida?...”

No torvelinho de sua mente, as indagações acicatam-lhe a alma. As respostas, às vezes, são sofridas certezas. A voz sai-lhe sem controle: “-Estou sofrendo um inferno em vida”. De tanto autoatormentar-se, sente-se demasiadamente cansado. A tristeza enseja outras terríveis preocupações, deixando-o exangue e em completa desolação. O seu corpo já não parece mover-se por sua vontade, mas, como se fosse um verdadeiro autômato. Por rápidos momentos, às vezes, a sua mente sente-se em relativa quietude, revivendo agradáveis lembranças. Aquela voz, mais uma vez, levanta-se dentro de si. “- Lucas tome banho e se arrume. Já está na hora de sua escola dominical...” Na Igreja, à entrada, está o pastor. Personalidade com posicionamentos sempre radicais. “- Só na Bíblia está a verdade... e a verdade nos libertará.” E acrescenta: “- Lembrem-se, todos vocês, só na nossa igreja está à salvação.”

Passaram-se dias e noites, mas, dentro de si, permanentemente revoluteiam presságios ameaçadores. As ausências demoradas de pensamentos, sem formas definidas, são, às vezes, mais assustadoras do que as terríveis imagens já sofridas.

No labirinto infinito do oceano cósmico, as horas terrenas já estão tecidas, surgindo, aqui, em direção ao irretornável. Mais uma noite se realiza em sua trajetória de muitas sombras e pouquíssimos raios de luz. A escuridão começa a esmaecer, abrindo espaço ao dia em sua habitual profusão de luz. Para Lucas, devido a sua consciente perturbação, noite e dia não tem mais significado. Novamente, uma daquelas vozes retorna: “- Hoje, a nossa comunidade evangélica está de parabéns, graças a Deus. Como primeiro pastor da nossa Igreja, assume: Lucas – o fiel servidor de nosso Senhor Jesus Cristo”. O tempo, célere, foi, no calendário humano, ficando sempre para trás. Um certo dia, um jornal de comunidade religiosa contrária, estampou em sua primeira página.
“- Pastor Lucas adquiriu fortuna roubando os óbolos de sua Igreja...“ Essa notícia correu rápido como rastilho de pólvora. Os já desconfiados com aquela ostentação de riqueza, comentavam. “- O pastor Lucas, com mulher e filhos, fugiu no seu luxuoso carro importado”.


Otacílo Negreiros Pimenta
In Memorian

terça-feira, 7 de abril de 2009

Cristo.


(Óleo de Lindamar: Minha mulher।)

FELIZ PÁSCOA!

CRISTO

Tendo por leito, a miseranda cruz,
Onde o pregaram os algozes seus.
De espinhos, preso a fronte, o vil capuz,
- Vilão - por ser rei dos judeus.

Por ser bom, por ser justo, por ser Deus,
Pelo bem, pelo amor e pela luz.
Que na terra espalhou vindo dos céus,
Crucificado morre o bom Jesus.

Ao exalar o seu suspiro extremo,
Perdoa os homens ímpios criaturas,
Com o olhar que lhes lança o ser supremo.

E, para iluminar sua agonia,
Como estrelas candentes vagam puras,
As lágrimas nas faces de Maria.

R.S.Furtado.

sábado, 4 de abril de 2009

Viver e sofrer...

VIVER E SOFRER...

Viver é um ato sempre participativo, com relacionamento dual e coletivo entre pessoas ou seres. Nós não podemos viver sem os outros, nem os outros sem nós. Por mais simples que sejamos, somos elos fundamentais no contexto existencial. A vida de cada um é entrelaçamento com os outros, numa preparação constante para melhor viver. Recebendo e dando experiência nos tornamos mais criativos na solução dos nossos problemas. E, também, aprendemos a criar novas e melhores possibilidades para a nossa vida individual e coletiva. Viver é, pois, ação constante, ininterrupta. Isso porque a vida é constituída de vibrações energéticas profundas e contínuas. Manifestações em diversas formas, inesperadas, surpreendentes. Agradáveis algumas, tristes outras. Felizmente, quase todas básicas à aquisição de novas experiências. Nesses fluxos e refluxos das nossas vivências, os anos vão passando rapidamente, deixando-nos algumas agradáveis e inesquecíveis lembranças. Entendemos que a vida é um ato heróico aos que têm coragem de enfrentar com altivez as constantes dificuldades que ela nos impõe.

Com o tempo, alguns momentos passados – sem fortíssimos envolvimentos emocionais – mais parecem um amontoado de sombras. Mas, as boas ocasiões ou aqueles momentos mais difíceis, são inesquecíveis. Os instantes mais agradáveis, quando relembrados, são manifestações de luzes que se acendem com toda intensidade. Evoca-se dentro de nós, o passado distante, textura normal do nosso sentido de vida. Dia a dia nos convencemos de que viver, além dos maravilhosos prazeres do corpo e da mente, é procurar resolver problemas. As dificuldades constituem as matérias básica que nos possibilita adquirir experiências. Sem os requisitos essenciais que, no exercício do viver, constituem os nossos problemas, talvez a evolução mental do ser humano não tivesse ocorrido de maneira relativamente rápida. Sem esse desenvolvimento, certamente não teríamos as valiosas e benéficas descobertas aí existentes. Somos seres em evolução mental constante, ininterrupta. E todo o conhecimento humano atual, é nada diante do futuro de nossa espécie.

Para entender a vida em sua expressão maior, o ser humano precisa sofrer ou passar por iniciações, através das quais, espiritualmente evolui. No final desse processo espiritual e cármico; após inúmeras reencarnações a alma se liberta e volta a sua origem: Deus. Como base dessa marcha envolvendo todos os seres humanos, os sofrimentos são contundentes. E, durante toda a existência, não cessam. Há apenas alguns intervalos, como pequenos períodos de descanso. A dor vem do nascimento até a transição ou morte do corpo físico. Além das dores físicas, há as sensações de tormentos profundos que, sutilmente, se intrometem na psique humana. O pior das dificuldades é quando uma ainda não está resolvida, outra logo aparece.

Os ingredientes básicos que nos motivam viver são, certamente, as nossas potencialidades interiores e se acreditar na própria razão de existir. Do contrario, como seres racionais, viver seria quase impossível. Uma boa maneira de se viver é procurar resolver os problemas existentes com autoestima e firme determinação. Autoestima gera confiança que nos capacita a encontrar as soluções mais adequadas aos nossos problemas. Sem amor a si mesmo é impossível a justa compreensão aos procedimentos dos nossos semelhantes. Como entender os outros, sem a minha manifestação de amor? A compreensão gerada pelo amor espiritual é o melhor, sensível e sutil meio para os entendimentos recíprocos. Enfrentar a vida, às vezes, é necessário usarmos de cambiantes procedimentos: da humildade à altivez e vice-versa. Diante do potencial proporcionado pela evolução do nosso ser, não devemos ser covardes diante das vicissitudes da vida. Frente a quaisquer circunstâncias, é fundamental entender que estamos aqui, exatamente, para viver. O que, com o avançar do nosso tempo, se torna mais importante é aprender a usar todo nosso potencial de experiências. Precisamos, também, entender que todos os nossos sofrimentos são ótimas lições de vida.


Otacílio Negreiros Pimenta
In Memorian

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Estar contigo agora

 ESTAR CONTIGO AGORA

Ah! Se eu pudesse estar contigo agora,
Sentir o teu calor mesmo por um momento.
Acariciar tua pele, como nos tempos de outrora,
E beijar-te os lábios, já seria um alento.

Ah! Se eu pudesse estar contigo novamente,
Retornar aos lugares belos e aprazíveis.
Onde, enlaçados com nossos corpos quentes,
Vivemos os nossos dias mais felizes.

Poder estar contigo agora, novamente. É sonho?
Se, sonho ou realidade, pra mim, não importa.
Pra ti, reservo-me, pra ninguém me disponho,
Pois a esperança de te encontrar, ainda não está morta.

Quem sabe, amanhã, depois, em algum tempo,
Vou sorrir, chorar, vislumbrar o firmamento,
Correr o mundo, e gritar por aí a fora.
Que o que vivo é real, não é pensamento,
E que Deus nosso pai, realizou o meu intento,
De, novamente, poder estar contigo agora.

R.S. Furtado