domingo, 21 de dezembro de 2008

Engodo

ENGODO

Desmoronou-se o engodo governista,
Do sucessor legal do tal fulano.
Que com aquela história reformista,
Tal qual aquele não passou de insano.

Outro não quis nas praias que tirano,
Que a pequenada nos enchesse a vista.
Nem quis também achando ser humano,
Que nenhum galo espatifasse a crista.

Ao primeiro igualou sendo segundo;
Rolou no lodo o ideal do comunismo,
Até cair de pupo lá no fundo.

Mas quando preta, a coisa se tornou,
Mandou as favas todo o reformismo,
E no Uruguai blefando se enfurnou.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Triste despedida

TRISTE DESPEDIDA

Segunda feira, 19-10-98. Como sempre, minha mulher me desperta as 6:00 hs. para ir ao trabalho. Só que dessa vez foi diferente, falei pra ela que não iria trabalhar, pois era dia dos Comerciários e, ela por sua vez me disse: Levanta-te e vai à casa da tua mãe! Ela viajou! Está com DEUS! Com a notícia senti uma profunda dor no coração, foi como se tivesse sido vítima de uma forte punhalada.

Dona Adelaide, 90 anos de idade, heroína, firme, forte, sempre disposta a enfrentar a labuta diária em favor do bem estar do seu rebanho. Nunca reclamou de nada, nem deixou transparecer nenhum sinal de fraqueza. Seu único objetivo era, nada mais, nada menos, oferecer q que de melhor, não somente aos seus, como também as pessoas que dela necessitavam. Sempre carinhosa e conselheira, apesar de suas condições humilde e semi-analfabeta, vivia em constante preocupação com os problemas, quer fossem dos parentes, amigos, ou mesmo de problemas que chegavam ao seu conhecimento, de pessoas desconhecidas. Costureira, mãe de oito filhos, logo cedo foi forçada a conciliar a costura com o trabalho numa fábrica de cobertores, a fim de aumentar a renda familiar, trabalhando das 07:00 as 17:00 hs. na fábrica e das 18:00 as 23:00 hs. na máquina de costura. Acometida da Ação Degenerativa do Sistema Nervoso, ficou acamada durante mais ou menos quatro anos, não sei se vivendo ou vegetando, até que, vítima de uma infecção respiratória, partiu para o outro mundo – com certeza bem melhor que este -, abrindo assim, uma profunda e impreenchível lacuna, no coração daqueles que a amavam.

Em nome de todos, filhos, sobrinhos, genros, noras, netos, bisnetos e parentes de um modo geral, resta-me rogar ao nosso mestre supremo que a proteja e a tenha num lugar de muita paz, como também, agradecer a todos, indistintamente, que nesta hora tão difícil, partilharam do nosso sofrimento, confortando-nos com palavras de consolo e carinho, num grandioso gesto de fé e solidariedade cristã.

Que DEUS nos abençoe e tenha piedade de nós.

Rosemildo Sales Furtado
Torreão-Recife.



sábado, 13 de dezembro de 2008

Meu revólver

MEU REVÓLVER

Sempre com tua combustão detida,
Mantém-te fria, muda e sem ação.
Que nunca sejas, pois, arrependida,
A tua irrefreável reação.

Mas se um dia, as baixezas vis da vida,
Impelirem-me a ti lançar a mão.
- Pulso firme, que seja a mim cedida,
A tua nobre e justa intervenção.

Mas, que nunca eu precise do teu porte.
Durante a vida nem por um instante.
Pois sei, guardas em teu seio a morte.

Que nunca eu te use inutilmente a esmo,
Nem ti aponte contra um meu semelhante,
Nem te vire jamais contra a mim mesmo.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Preconceito

CONGRESSO: BERÇO ATUAL DO PRECONCEITO

É impressionante como as coisas acontecem neste Brasil. Por um lado, algumas pessoas lutam contra os diversos tipos de preconceito, por outro lado, outras afirmam que não existe preconceito, e assim vamos vivendo num país com tantas contradições. Inclusive, é bom salientar que, por lei, preconceito é crime e pode dar até cadeia.

Ao folhear o Jornal do Senado, na sua edição semanal de 7 a 13 de julho próximo passado, fui surpreendido com uma matéria sobre o projeto (PLS 546/07), de autoria da senadora Ideli Salvatti, aprovado em decisão terminativa da Comissão de Educação Cultura e Esporte, onde determinava que 50% das vagas oferecidas pelas instituições de ensino superior e educação profissional e tecnológica, fossem ocupadas por estudantes que tivessem cursado o ensino fundamental em escolas públicas.

Na íntegra, parte dessa matéria diz o seguinte: “De acordo com o projeto, parte dessas vagas deverá ser preenchida, em cada curso e em cada turno, por estudantes que se declarem negro e índios, pelo menos em igual proporção à participação de negros e índios na população da unidade da federação onde estiver localizada a instituição de ensino”. É lindo não é?

No referido projeto consta ainda uma emenda do senador Paulo Paim, que estende as pessoas portadoras de deficiência física, o direito as vagas, independente das mesmas terem ou não feito o ensino básico em escolas públicas. Que maravilha!

O gozado disso tudo, é que o referido projeto somente reservava vagas para as instituições de ensino profissional e tecnológico, e só com a emenda do senador Marconi Perillo é que foram inclusas as instituições de ensino superior. Fantástico, né?

- E ainda dizem que não existe preconceito.

- Ora! Ora! Pelo amor de DEUS! Será que isso não é preconceito?

No meu entender, se não existe preconceito, deve existir igualdade, tanto de raça, cor, integridade física e religião, pouco importa se o estudante seja branco, índio, negro, amarelo, ruivo, mameluco, caboclo, cafuzo, ou mesmo, católico, protestante, espírita, macumbeiro, ou ainda, se deficiente físico ou não. Eu entendo que para o ingresso nas universidades não deve haver discriminação, o importante é que todos tenham o mesmo direito e que prevaleça a média obtida nas provas, não só nas instituições públicas, como também nas particulares, independente das suas localizações.

Portanto, senhores congressistas, fiquem bem atentos, pois o preconceito está sendo criado aí mesmo, no próprio Congresso.



Rosemildo Sales Furtado
Natal-RN.